Campanha “Inverno Invisível” leva roupas e afeto a pessoas em situação de rua no Complexo do Alemão

Com distribuição de cobertores, roupas e refeições, ação da ONG Voz das Comunidades mostrou que solidariedade pode aquecer mais que o corpo
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades

A primeira saída da campanha Inverno Invisível 2025, promovida pela ONG Voz das Comunidades, levou mais do que roupas e sopas às ruas do Rio: levou também acolhimento, escuta e respeito a quem enfrenta o frio em situação de rua. A ação aconteceu na última quarta-feira (25) e percorreu os arredores do Complexo do Alemão, passando por regiões como Praça de Inhaúma, Rua do Rio, Itararé e Bonsucesso.

Cerca de 15 voluntários participaram da iniciativa, distribuindo mais de 100 cobertores, meias, agasalhos e refeições — muitas delas feitas pelos próprios voluntários. “A gente teve a oportunidade de conversar com pessoas em situações muito difíceis. Um deles disse: ‘As pessoas esperam da gente tristeza. Mas se a gente não rir, a gente desaba’”, contou Gustavo Barli, coordenador da ação.

Boa parte das doações foi arrecadada durante o Arraiá do Alemão, que pela primeira vez montou pontos de coleta para roupas de frio. A mobilização gerou mais de 150 peças doadas. “Tinha gente sem camisa, com lençol fino. Em alguns casos, nós mesmos vestimos as pessoas ali na rua”, relata Barli. Além do impacto direto, o Inverno Invisível busca também sensibilizar a sociedade sobre a realidade dessas pessoas. “A ideia não é só doar, mas lembrar que essas pessoas existem. Muitas estão ali por diversos motivos, como uso de álcool, abandono, falta de moradia… e precisam ser vistas com humanidade, não com julgamento”, reforça Gustavo.

A campanha segue ativa durante os próximos meses. As doações podem ser entregues na sede do Voz das Comunidades, ou via PIX: [email protected]. “A ajuda de qualquer valor faz a diferença. O inverno só começou e ainda há muitas noites frias pela frente”, finaliza Barli.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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