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Bica do Moto-táxi é único ponto com água para muitos moradores no Alemão

Sem abastecimento de água, moradores da Grota precisam ir até o ponto de moto-táxi da localidade para encher baldes
Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Moradores da Grota estão há mais de vinte dias sendo afetados pela falta de água na localidade. Com as altas temperaturas das últimas semanas, a necessidade de água tem aumentado. E com isso, a situação se torna ainda mais grave por conta da pandemia da novo coronavírus, e as notícias sobre o aumento de casos. A falta de água impede a higienização, como lavagem de ambientes e das mãos, o que é fundamental para evitar o contágio.

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Dificuldades dos moradores com a falta d’água

Larissa Moura, que é moradora da Areal e vai até o ponto de moto-táxi da Grota buscar água, falou como tem sido esta atual situação. “Estou há semanas sem água, e ninguém pode dar um balde de água. Vou chegar em casa agora, não tem água para fazer comida, tomar banho num calor desses, tá um absurdo isso! Se não fosse essa água daqui não sei o que seria de nós, porque ninguém tem mais”. 

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Outra moradora que também relatou as dificuldades das últimas semanas foi Iara Melo, que mora na rua Esperança, na Grota. Desempregada, a moradora tem tido altas despesas no período com a falta d’água. “Estava pegando na cisterna da vizinha, mas lá também acabou e estou tendo que vir aqui pegar água. Banho tem que ser de garrafa ou ir para casa de parentes. Para fazer comida só pagando 10 reais num galão d’água, e eu estando desempregada. Tá uma confusão, tem lugar que tem água, outras não, e lá em casa não chega, tá precário. Sem essa água do moto-taxi estaria pior”.

O Voz das Comunidades segue em contato com a Cedae para saber quais medidas serão tomadas com relação ao abastecimento de água no Complexo do Alemão.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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