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Rio atinge a marca de 100 vítimas de bala perdida neste ano

Segundo dados da Plataforma Fogo Cruzado, das 100 vítimas, 17 morreram e 83 ficaram feridas
Foto: reprodução da internet

De acordo com dados do Fogo Cruzado, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro atingiu a marca de 100 vítimas de bala perdida em 2020. Segundo a plataforma, das 100 vítimas, 17 morreram e 83 ficaram feridas. Em 2019, essa marca foi alcançada 88 dias antes, em 16 de julho.

O registro da centésima vítima deste ano ocorreu após o caso de Ismael Souza do Nascimento. Um motorista que foi baleado na última segunda-feira (14) quando passava de carro pela Avenida Brasil, na altura da Favela do Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. Ele foi atingido acidentalmente durante uma perseguição policial.

Ainda de acordo com a plataforma, 67 dessas pessoas foram vítimas de bala perdida com a presença de agentes de segurança, 12 morreram. O relatório mostra que os principais motivos dos tiroteios que deixaram vítimas foram ação/operação policial (52), ataques a civis (7), guerra de disputa entre facções (6), roubo ou tentativa de roubo (5) e tentativa de homicídio em que pessoas não envolvidas são atingidas (2).

Dentre as vítimas, o número de crianças, adolescentes, idosos e até animais de estimação, chamam atenção. O Fogo Cruzado registrou que das 20 crianças baleadas, 13 foram atingidas por bala perdida e três morreram. No caso dos adolescentes (12 a 18 anos), 12 foram baleados e dois morreram. Dos idosos (60 anos ou mais), 11 foram baleados e cinco morreram. Os animais de estimação também sofreram com violência, dois cachorros foram atingidos por bala perdida este ano.  

Os números mostram a triste realidade a qual os moradores estão vulneráveis a serem vítimas da violência armada. Na maioria dos casos, moradores de favelas, pessoas que estão seguindo sua rotina, saindo para trabalhar ou até mesmo, dentro das próprias casas. São 100 famílias, 100 vidas marcadas pela “bala perdida”.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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