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Projeto Bola de Ouro incentiva meninas do CPX a correr atrás de seus sonhos e driblar as adversidades

Projeto Bola de ouro treina mais de 40 meninas no Complexo do Alemão
Foto: Marlon Soares/Voz das Comunidades

Que o futebol é o esporte mais popular do mundo, não é novidade alguma! Jogado por mais de 265 milhões de pessoas, durante muito tempo, as equipes compostas por homens receberam a maior atenção do público, mas a copa do mundo feminina de 2023 chegou para mudar isso.

A competição mostrou que o futebol feminino tem ganhado cada vez mais reconhecimento e importância dentro e fora do Brasil. A presença das atletas nas telinhas tem inspirado jovens meninas a perseguirem seus sonhos e dá a elas exemplos para se espelharem.

E é isso que a copa do mundo representou para as jovens do projeto “Bola de Ouro” da Área 5, no Complexo do Alemão.

“A maior jogadora pra mim é a Marta! Também tem uma… a Alisha da Suíça”. “Tem a Tamires do Corinthians, a Andressa também. Tem a Debinha do Brasil também!”

Para essas meninas, o futebol é mais do que apenas diversão. Com 3 treinos por semana, o esporte representa para elas união, família e uma oportunidade de crescimento na vida. 

Camile Alves, de 15 anos, conta como foi para ela ter encontrado o time: “Pra mim, aqui eu ganhei uma família. Eu agradeço muito por elas, porque eu era depressiva. Eu fiquei bem mais alegre quando entrei no futebol e eu agradeço muito por ter entrado aqui”. Outras amigas a abraçam e zoam ela após essa fala.

No meio da foto (de bandana vermelha), está a jovem Camile Alves com sua companheiras de equipe
Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades

Futebol como Educação e Taça das Favelas

Para Webert da Silva (Betinho), professor e fundador do projeto,  o futebol é uma ferramenta de educação. “O futebol acaba querendo ou não sendo uma educação. Eu acho que se a gente trata a criança pra ela ter uma educação melhor, ele vai agregar.”, diz Betinho.

Além de ensinar o esporte, ele acredita que é importante também conscientizar as meninas sobre a importância de se fazer boas escolhas, tanto dentro quanto fora de campo. Tendo começado com apenas 4, hoje é orgulho do projeto ter entre 40 e 50 meninas por treino. No fim das contas, Webert e Diogo Chaves, cofundador do projeto, além de professores, são também amigos, pais, tios e conselheiros das jovens.

Como técnico e conhecedor do esporte, Webert Silva acredita que o futebol feminino na favela é hoje mais promissor do que o jogado pelos rapazes. 

“Hoje a abertura do futebol feminino é mais fácil… Você botar uma menina num clube hoje é mais fácil do que você colocar um homem. A disputa é menor! A procura AINDA é menor… mas o futebol tá crescendo muito. Se a gente colocar elas num clube, elas vão se destacando”, compartilha o professor sua visão.

E os treinos e a garra das meninas do projeto já estão dando o que falar. O time feminino do Bola de ouro jogou um amistoso no estádio General Severiano, contra o próprio Botafogo; e duas alunas já participaram da Taça das Favelas.

Danyella Vitória (15) e Agatha Cristina (17) são duas das alunas mais antigas do projeto e tiveram a oportunidade de participar da Taça em outros times. 

Elas contam sua experiência: “Assim, foi um desafio e tanto, porque olha pra nós… As meninas tem mais corpo, carcaça de homem! E a gente dois palitos. Dois gravetos. Mas a gente vê, a gente olha e pensa: ‘ah, é grande, mas não é duas. A gente voava longe!”, contam as meninas risonhas, porém determinadas. 

Quando questionada, de brincadeira, se futebol não é coisa de menino, Danyella contrataca: “Futebol não tem gênero!”

Danyella Vitória (de camisa do Brasil) e e Agatha Cristina (ao lado de Danyella de blusa preta) contam como foi da Taça das Favelas
Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades

Quer ajudar o projeto?
Siga @bola.deouro2021 no instagram e participe das campanhas de financiamento!

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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