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OPINIÃO – Manifesto Quilombo do Samba – As raízes das Escolas de Samba

Império Serrano, desfile da série ouro 2024 Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

As escolas de samba não são apenas agremiações, onde as pessoas de qualquer origem, idade, cor, credo, podem entrar, se divertir à vontade.

Antes de tudo, elas são espaços de resistência do povo preto, que, mesmo quando ainda era escravizado pelos brancos, em momento oportuno, fazia festa, culto e expressões de fé aos seus ancestrais sagrados e presentes. Esse povo foi tão perpicaz que, mesmo sendo humilhado e transformado no alvo do genocídio, fez o maior espetáculo da Terra acontecer, pasmem, à beira da miséria das favelas, que já foram senzalas revertidas em quilombos urbanos. Elas são também espaços de conhecimento e de educação não-formal, pois abordam temas que as escolas formais, mesmo obrigadas por lei, muitas vezes, não abordam.

A visão de muitos sobre o Carnaval das escolas de samba ocorre, ao meu ver, a partir de uma escolha:

Ou a pessoa vê a escola como um Quilombo, em que nunca será demais falar de sua origem africana.

Ou a pessoa vê a escola de samba como uma senzala, em que seus membros estão ali para servir a interesses das casas grandes atuais.

Dizer que “todos os enredos afro são iguais e que ninguém entende nada” é o mesmo de dizer que preto (escravizado e na senzala) é tudo igual, que África é um país, que línguas Africanas milenares são meros dialetos e que o povo só se conecta com o que vê pela TV ou Internet.

Essa afirmativa infeliz e preconceituosa tem muito apoio, principalmente de pessoas que estão cercadas de privilégios. Porém, está sendo recebida com muita indignação também.

Nós não vamos sucumbir. Vai ter muita macumba, sim. Vai ter Iya Nasso Oka, a fundadora de uma casa de candomblé secular. Vai ter o cortejo funfun de Oxalá e suas águas de purificação. Vai ter Malunguinho pondo fogo nos racistas do Brasil. Vai ter o grito da voz do gueto. Vai ter os crias de Logun-Edé. Vai ter o gurufim do griot Laíla e o corpo fechado do sambista na avenida. Vai ter Xica Manicongo, Princesas encantadas e Negro Rei Sol, sim!

Foram 300 anos de silêncio durante a escravização, mas não somos apenas descendentes de escravizados. Nossa ancestralidade vem de milênios de realeza. E isso não tem efeito especial que dê conta.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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