Como diz Ailton Krenak, “a humanidade precisa aprender com a terra”, a terra não precisa mais de tecnologia capitalista. Precisa unir-se com os povos indígenas para cessar o fim do mundo.
Quando se fala em natureza, a primeira coisa que vem à cabeça são os recursos naturais, tudo que não foi feito pelo humano. Com a invasão dos brancos colonizadores em terras Pindoramas, acabamos adquirindo muito mais pensamentos dos colonizadores do que aperfeiçoando nossa conexão com a natureza em meio ao nosso cotidiano – impactando nossas ações e de como pensamos e vivemos.
O Planeta vive em constante mudança, em grande parte vinda da raça humana, que tem causado grande impacto no ecossistema e tornando ainda mais difícil a vida dos mais vulneráveis à desigualdade e ao racismo ambiental. Quem nasce e cresce entendendo que a floresta, mares, rios e toda natureza fazem parte da vida, aprende a dividir os espaços de forma harmônica, respeitando e cuidando do ecossistema.
Por isso, gosto do termo Alfabetização Ambiental, que é nada mais do que a capacidade de perceber e interpretar os processos da natureza para uma ação efetiva de manutenção, restauração e preservação. Mas infelizmente pouco se tem falado sobre isso em sala de aula.
Não haverá mudanças climáticas e ambientais se não envolver acordos políticos junto com a sociedade civil, dando início a uma consciência ambiental. Ou seja, é urgente o desenvolvimento de uma cultura de cuidado com o meio ambiente, porque isso faz com que moradores de favela, por exemplo, cuidem do pouco recurso natural que os rodeia, preservem, a fim de melhorar o ambiente que vivem.
Com o avanço de práticas capitalistas, que promovem a ideia que os recursos naturais devem ser usados sem preocupação, a chance das próximas gerações serem afetadas é muito grande. Isso não pode acontecer. Ir contra nossa natureza é desmatar nosso caminhar e o nosso futuro.
Edlene Conrado
Mulher afroindigena, Mãe da Zuri Rosa, formanda em Pedagogia, instrutora de yoga infantil, produtora do Voz das Comunidades, arte educadora, ambientalista por raiz e contadora de histórias. Trabalha há 10 anos com produção cultural e arte educadora, atualmente é pedagoga do projeto de educação e tecnologia criativa favelada, Pipas Labs e UniLetrinhas.