Por Joice Bento
Mãe, comunicadora midiática, sapatona, capricorniana, marketeira, macumbeira e vascaína
Em um mundo onde nos colocam como coloridos e purpurinados, nem todos conseguem enxergar esse glamour. É como se uma venda proposital fosse posta no rosto de cada não apoiador da causa LGBTQIAP+, e esta é uma verdade.
Hoje quero focar na invisibilidade dos direitos da população LGBTQIAP+ nas favelas, que é um problema sério e complexo, que merece não só atenção, como ação! Embora as questões de direitos LGBTQIAP+ tenham avançado em algumas partes do Brasil, ainda somos o país que mais mata a classe. Muitas comunidades são marginalizadas e nossas favelas continuam enfrentando desafios significativos.
As favelas são frequentemente marcadas por altos índices de pobreza, violência, falta de acesso a serviços básicos e discriminação estrutural. Nesse contexto, as pessoas LGBTQIAP+ que vivem nessas comunidades, enfrentam múltiplas formas de opressão e exclusão.
Uma das razões para a invisibilidade dos direitos LGBTQIAP+ nas favelas é a falta de representatividade e de espaços seguros para discutir e enfrentar essas questões. Muitas vezes, a homofobia, a transfobia e a discriminação são enraizadas nas normas culturais e sociais dessas comunidades, o que dificulta a abertura de diálogos sobre diversidade e direitos LGBTQIAP+.
Apesar de vivermos em uma era tão tecnológica, a falta de acesso a informações e recursos ainda é algo impactante. Quando se trata de direitos LGBTQIAP+ nas favelas essa falta contribui para a invisibilidade dessas questões. A educação sobre diversidade sexual e de gênero ainda é insuficiente e muitas vezes ausente nas escolas e instituições dessas comunidades, o que perpetua o desconhecimento.
Para combater essa invisibilidade e promover os direitos LGBTQIAP+ nas favelas, é necessário um trabalho conjunto de diversos setores sociais e áreas que já existem no território e vem se tornado potências, mesmo que de formas pequenas. Daí surge a importância de fortalecer organizações comunitárias que possam oferecer apoio, orientação e recursos para a população LGBTQIAP+. Essas organizações podem fornecer um espaço seguro para o diálogo e criar programas de conscientização e capacitação e até mesmo cuidados com a saúde como a preservação de doenças.