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OPINIÃO – É dos erês que nasce a esperança de dias melhores na favela

Foto: Bruno Itan
Foto: Bruno Itan

A palavra “erê” vem do iorubá, que significa “brincar”. No dia 12 de outubro, quando é comemorado o Dia das Crianças, é o momento de extravasar e dar lugar àquele garoto ou garota que há dentro de você. Nesse dia, os chamados bairros populares, se enchem de alegria e leveza. Não há quem resista ao genuíno sorriso infantil, expressão máxima da pureza.

É nesse dia também que os moradores atestam o seu espírito solidário. Das ruas das favelas periferias brotam iniciativas que tem como finalidade proporcionar aos pequenos aquilo que em muitas das vezes seus pais não teriam condições de lhes proporcionar. Distribuição de presentes, doces e muita brincadeira! O espírito infantil independe de classe social ou da cor da pele. Criança é criança. Aliás, duvido que nos bairros da high Society tenha tamanha animação.

É o povo da periferia que sabe fazer festa. Tudo muito simples, mas carregado de sentimentos. Os mais suntuosos brinquedos que chegam à mão das crianças mais abastadas não são capazes de tirar sorriso tão expressivo como de um menino da favela que recebe um boneco simples ou uma bola de futebol, ambos emanados de várias simbologias e significados.

Dinheiro não compra felicidade. Se no candomblé o erê é o intermediário entre a pessoa e o seu Orixá, no dia 12 de outubro de outubro ele é a esperança de dias melhores para a nossa comunidade.

Bejiróó! Oni Beijada!

Baiano de Salvador-BA é graduado em Jornalismo e editor-chefe do NORDESTeuSOU, maior portal comunitário do Norte-Nordeste.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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