Na última quarta-feira (28) foi comemorado o Dia Mundial do Brincar. A data faz parte da Semana Mundial do Brincar e traz a reflexão para famílias e toda a sociedade sobre a importância essencial do brincar no desenvolvimento infantil. Trazendo a criatividade, o imaginário e a espontaneidade da criança como ferramentas fundamentais para sua formação educacional e cognitiva.
Brincar é uma forma de aprender e, por isso, é fundamental trazer a perspectiva antirracista, mostrando caminhos para reconstruir histórias passadas e valorizando as coletividades e ancestralidades. É igualmente essencial perceber como crianças frequentemente chamadas de agressivas, apáticas ou com dificuldades de aprendizagem podem, por meio das brincadeiras, ressignificar seus comportamentos e criar novas possibilidades para o processo de aprendizagem.
Brincar é coisa séria
Jonathan Aguiar nasceu e foi criado no Complexo da Pedreira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Hoje, atua como professor e pesquisador na área da Educação, dedicando-se ao estudo de jogos, brinquedos e brincadeiras como ferramentas pedagógicas. Em suas pesquisas, explora como essas práticas lúdicas podem contribuir para a construção de ambientes de aprendizagem mais inclusivos e transformadores.
Entre suas obras, destaca-se “Educação, Lúdico e Favela. Quantos tiros são necessários para aprendizagem?“, em que discute o poder do brincar na ressignificação de comportamentos de crianças. Outra obra relevante é “Jogos e Brincadeiras Africanas. O brincar que nasce do chão“, onde defende o brincar a partir de uma abordagem antirracista, valorizando os saberes ancestrais africanos e propondo reflexões sobre coletividade, afetividade, oralidade e modos tradicionais de conhecimento.

“Na nossa sociedade, quando falamos sobre educação e o seu poder transformador na vida humana, atualmente se tornou uma enorme falácia em discursos de políticos. Defende-se que deve ser prioridade, mas acaba sendo privilégio de alguns. Cabe afirmar que quando pessoas gays, negras, faveladas dizem que a educação é a mudança, ela recebe um novo sentido, alcance… Assim foi, e é em minha história de vida”, comenta Jonathan Aguiar, escritor e especialista em educação antirracista.