Matéria publicada no jornal impresso do Voz das Comunidades.
Texto: Andressa Almeida
Hoje, 21 de janeiro, é lembrado como Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data foi instituída em 2007, em homenagem a Yalorixá Gildária dos Santos, a Mãe Gilda, do Axé Abassá de Ogum, que foi vítima de diversas agressões, verbais e físicas, provocadas pelo preconceito à sua religião. Dessa forma, o dia 21 de janeiro, data de falecimento da Mãe Gilda, serve de alerta acerca do problema da intolerância religiosa e para dar visibilidade à luta pelo respeito a todas as religiões.
No último ano, os casos de intolerância religiosa aumentaram 11% no Rio de Janeiro. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública. No ano de 2021, foram 1.564 denúncias de crimes de intolerância, contra 1.400 em 2020.
De acordo com um dado de 2020, incluído na Cartilha Contra Intolerância Religiosa, desenvolvida através do projeto Educação + Humana, elaborado pelas secretarias de Estado de Educação (Seeduc), e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, as religiões de matriz africana são as mais atacadas no estado, respondendo por 91,7% dos casos registrados de intolerância.
Para o pai de santo Arthur Ferreira, conhecido como Pai Arthur de Iroko, babalorixá do terreiro Ile Ase Efon Orun Oba, que fica localizado em Olaria “muitas coisas podem ser caracterizadas como intolerância religiosa, mas boa parte delas vem de uma forma velada. Falar de intolerância religiosa, principalmente das de matriz africana hoje no Brasil e no Rio de Janeiro, é falar de uma resistência”, ressalta.
O combate da intolerância religiosa parte de todos, independente das duas crenças. O pastor Cleber Gil, do Morro do Alemão, credita que o respeito é a chave principal para que cada pessoa possa seguir sua religião, “para combater a intolerância religiosa é respeitando a cada um independente da religião, seja católico, evangélico, espírita ou qualquer outra”, afirma o pastor.