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Após 3 anos fechada, Nave do Conhecimento da Nova Brasília foi reinaugurada neste sábado  

O espaço proporciona inclusão digital com tecnologia de última geração, além de internet de qualidade para moradores do local
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Fechada desde 2018, a Nave do Conhecimento do Complexo do Alemão finalmente reabriu. O espaço, que fica na Praça do Terço, na Nova Brasília, não tinha previsão de retorno até a matéria que o Voz das Comunidades produziu na edição impressa de janeiro deste ano.

Na reinauguração, que ocorreu às 12h deste sábado (19), estavam presentes o prefeito Eduardo Paes, representantes da Governo Municipal, os funcionários da Nave e diversas crianças da comunidade. A Nave proporciona inclusão digital com tecnologia de última geração, além de internet de qualidade para moradores do local.

Lívia da Silva, de 34 anos, é mãe de três e não tinha expectativas de que o espaço seria reaberto este ano. “A gente ficou naquela expectativa de abrir, mas nunca ia”. A expectativa agora é ver os projetos que a Nave vai oferecer para Lívia inscrever seus filhos. “É interessante, né?! Muito bom ter esse espaço, não só para a gente, como para o pessoal da comunidade. É um incentivo!”, contou.

Lívia, seus filhos e o afilhado
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Eduardo Paes marcou presença rapidamente e disse: “É um absurdo que um equipamento dessa qualidade, que pode mudar a vida das pessoas, tenha passado tanto tempo fechado. A gente batalhou esse ano, com as burocracias todas, para reabrir. Como eu não sou eterno aqui, a população tem que abraçar e não deixar fechar”.

Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades
O espaço proporciona acesso à tecnologia e lazer para as crianças da comunidade
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

O prefeito afirmou ainda que, no que depender do governo dele, a Nave do Conhecimento não fecha nunca mais. “Tá doida? Eu que fiz, pô!”, declarou, ao ser questionado. O secretário de Ciência e Tecnologia Willian Coelho relembrou que as Naves do Conhecimento, nos seus primeiros três anos, recebeu a visita de mais de 1 milhão e meio de pessoas. Teve 50 mil pessoas cadastradas e mais de 15 mil certificados emitidos.

“Hoje, ela volta a trazer inclusão digital e gerar oportunidades para os moradores das comunidades. Infelizmente, houve uma incapacidade do prefeito anterior do quanto este projeto é importante”, declarou.

Willian Coelho, Secretário de Ciência e Tecnologia
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Willian declarou, também, que a dificuldade no primeiro ano do governo Paes com relação à abertura do espaço foi a burocracia. “Nossa primeira decisão foi cancelar os contratos já existentes, o que não é o caso da Nova Brasília, porque essa aqui já estava fechada desde 2018. Então, demos início a um grande trabalho de levantamento de equipamentos, como computadores, além da estrutura”, afirmou o secretário. Ele confirmou também que todas as Naves que estão fechadas atualmente serão abertas até o final de abril porque, segundo ele, algumas unidades precisam de um investimento mais alto de infraestrutura.

Jeferson Alves
Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades

Jeferson Alves, de 37 anos, trabalha desde 2010 com o projeto Nave e conta que isso impactou sua vida. Então, contou como tudo surgiu: “A gente ocupou um espaço, que era uma antiga escola, para montar um projeto social. Daí, o prefeito Eduardo Paes concedeu a cessão de uso e se comprometeu a construir uma Nave na Vila Aliança. E a partir daí, minha vida praticamente mudou. Fiz essa transição da cultura para administrar os projetos Nave. Dentro do projeto, me formei em Administração”.

Com tanto tempo fechado, Jeferson diz que havia um sentimento de limbo. “Não encaramos esse espaço apenas com a pegada tecnológica. A tecnologia é uma ferramenta para inclusão social. Então, o Complexo do Alemão perdeu muito durante esse tempo. Agora vai ser possível resgatar esse brilho que a Nave sempre teve. E, também, o histórico de desenvolvimento local”, afirmou.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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