Alan Duarte na cerimônia do prêmio Campeões da Juventude (Foto: Arquivo Pessoal)
O educador social Alan Duarte, fundador do projeto Abraço Campeão, foi homenageado em Nova York com o prêmio Campeões da Juventude, concedido pela organização americana Empower. A cerimônia reconheceu lideranças que promovem mudanças significativas na vida de jovens em territórios vulnerabilizados.
“Esse prêmio representa muito mais do que um reconhecimento individual. Ele é a prova de que acreditar nos jovens das favelas é acreditar no futuro”, afirma Alan para o Voz das Comunidades. “É um símbolo de resistência, de luta diária e de esperança.”
Alan Duarte é fundador do projeto Abraço Campeão. (Foto: Arquivo Pessoal)
Criado no Morro do Adeus, parte do Complexo do Alemão, o Abraço Campeão já impactou centenas de jovens por meio do boxe, da educação e do cuidado com a saúde mental. A iniciativa nasceu como resposta à violência que atravessa a história de muitos pequenos atletas.
“Estar em Nova York é surreal. É levar a favela para o centro do mundo, é inspirar e mostrar que, mesmo com todas as dificuldades, conseguimos gerar potência e transformação”, contou o educador. “Eu me sinto porta-voz de muitas histórias lindas e fortes que nasceram dentro do Abraço Campeão.”
Ao receber o prêmio, Alan se emocionou. “Chorei. Foi impossível segurar a emoção. Lembrei de tudo o que já passamos, das vezes que pensamos em desistir, mas seguimos firmes. Saber que o mundo está olhando para o que estamos construindo é muito forte.”
Reconhecido por sua atuação com jovens entre 7 e 29 anos, o Abraço Campeão vai além do esporte: oferece oficinas de cidadania, acolhimento psicológico e desenvolvimento pessoal. Agora, com o reconhecimento internacional, ele diz estar mais motivado do que nunca.
“O prêmio me renovou. Me deu mais coragem, mais vontade de perseguir nosso sonho grande e de acreditar que podemos impactar ainda mais vidas. O gás está mais forte do que nunca.”
Foto: Arquivo Pessoal
Alan faz questão de reforçar o convite: “Convido a todos a doar, participar e se inspirar. Nós damos exemplos de transformação. Somos um abraço do tamanho da cidade.”
Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.