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Transmitindo em sua fala o sentimento pulsante de quem aceita com todo o prazer a sensação de ter novos desafios em sua trajetória, Daniel Calarco, de 23 anos, cria dos territórios da Vila do Vintém e da Vila Aliança, no Rio de Janeiro, carrega consigo o compromisso de ressignificação das narrativas impostas nos horizontes da juventude periférica.
Defensor de uma perspectiva atenciosa no desenvolvimento dos jovens de favela, o brasileiro é um dos representantes na iniciativa Generation 17, que busca a construção de um futuro mais sustentável através de projetos e ações coletivas. Ao lado de jovens lideranças do Líbano, da Ucrânia e Coreia do Sul, Daniel é um dos quatro jovens da segunda turma do programa e destaca que a sua atuação como embaixador no Generation 17 passa pela aplicação de toda estrutura e tecnologia da Samsung na ampliação das oportunidades e vozes da juventude periférica brasileira.
“Para ser visto, ouvido e lembrado nesses espaços precisamos buscar a solução na raiz do problema. É indo direto nesse ponto e compreendendo essa realidade que é possível mudar as perspectivas da juventude periférica”, destaca.
Idealizado pela Samsung com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o projeto definiu, em sua agenda de compromissos oficiais, 17 Objetivos Globais para desempenhar ações sustentáveis na sociedade até 2030. Para isso, o programa reúne lideranças mundiais em turmas anuais para mobilizar e concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Nesse compromisso de encontrar soluções para as problemáticas existentes na sociedade — como a pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça —, Daniel, que atua como Gerente de Inovação Social, também movimenta o incentivo e a defesa dos Direitos Humanos no Observatório Internacional da Juventude, fundado em 2015.
Na linha de frente da organização que também está alinhada com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), ele detalha que a capacitação de jovens através de aulas, cursos e disciplinas acadêmicas, com viés humanitário, aumenta as perspectivas de transformação nas estruturas precárias e preconceituosas que estão vigentes nos tempos atuais.
“A gente tem esse desafio, né? Pensar em como podemos usar a tecnologia para ampliar nossas vozes, fortalecer nossas narrativas e desafiar o que está imposto. Começar a pensar em novas dinâmicas que são mais de mobilização e troca do que de controle”, explica.
Para Daniel, ser jovem no Brasil nos dias atuais pode ser considerado um desafio, pois, historicamente, os papéis e atuações da juventude brasileira sempre foram negadas. E, por esses fatores, o papel de um líder mudou. Antes, a palavra era sinônimo de força ou poder. Agora, para ele, a liderança está envolvida com o quesito de mobilização, união e de incentivo comunitário.
“É extremamente difícil ser um jovem brasileiro, é um desafio diário de ir atrás do seu sonho, de se manter vivo e ir atrás dos seus valores. Tradicionalmente, a juventude sempre foi negada. Hoje, o maior desafio é não deixar de sonhar e entender que temos um papel central na construção de um futuro melhor”, declara.