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Centro de assistência social encaminha jovens e adultos para empregos e cursos de capacitação

O CRAS promove inclusão social de indivíduos ou famílias em situação de vulnerabilidade

Atingindo os territórios do Complexo do Alemão, parte do Complexo de Manguinhos e dos bairros de Ramos, Olaria e Bonsucesso, o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) faz ações para promover a inclusão social de todos que estão em situação de instabilidade financeira ou social. Os atendimentos acontecem diariamente, de segunda a sexta-feira, na Avenida Central, na Estação do Teleférico do Alemão. Os atendidos recebem orientações e encaminhamentos para instituições ou projetos sociais. Quando necessário, as visitas técnicas são realizadas em casa.

Moradores de todas as idades podem fazer o Cadastro Único, que viabiliza benefícios como o programa bolsa família, autonomia de donas de casa, cartão família, tarifa social de energia elétrica, isenção de taxa de concurso público, banco carioca de bolsas de estudos e passe interestadual do idoso. Além disso, o serviço de Inclusão Produtiva oferta vagas de emprego e cursos de capacitação. Essa é uma forma do usuário resgatar a autonomia e se reinserir na sociedade.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, do CRAS de Ramos, realiza atividades em grupos com crianças, adolescentes e idosos. Crianças de 6 a 14 anos são incluídas no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que tem o objetivo de trazer reconhecimento como cidadão, com atividades lúdicas, passeios educativos e oficinas. As atividades acontecem quatro vezes por semana, com a supervisão de um profissional capacitado.

Para os jovens de 15 a 17 anos também são oferecidas atividades que os estimulam a sair da vida ociosa. Realizadas três vezes por semana, são oficinas socioeducativas e passeios culturais. Tudo isso os leva a reconhecer seu próprio potencial, além de servir como educação comportamental e possibilitar a inserção em cursos profissionalizantes e no programa primeiro emprego.

Com o objetivo de resgatar a autoestima dos idosos, o CRAS oferece quatro vezes por semana, no turno da manhã, atividades como dinâmicas de grupo, confecção de objetos variados, passeios culturais e ginástica para a terceira idade.

A diretora Fátima Bonfim de Alencar explica que o propósito das oficinas de serviço e convivência é fazer o indivíduo, em especial o jovem, adquirir um olhar crítico. “Queremos aumentar a possibilidade para que tenham empoderamento e conheçam também outras culturas e linguagens. As oficinas estimulam o pensamento crítico”, conta Fátima, que trabalha no CRAS de Ramos há 4 anos.

Fátima Bonfim exibe a fachada do Centro de Referência de Assistência Social, na Estação Alemão – Foto: Renato Moura/VozDasComunidades

“Com os jovens vão surgindo situações que acabam levando ao atendimento da família. Após percebermos essas questões críticas e particulares, conseguimos entender a necessidade dos pais. Isso nos leva ao programa carro-chefe do CRAS, o PAIF (Programa de Atendimento Integral à Família)”. A diretora relatou que, no início deste ano, havia 1.200 famílias inseridas no programa. Algumas já atingiram seus propósitos e alcançaram a porta de saída. Neste mês de dezembro, 900 famílias continuam buscando esse mesmo caminho. “Em 2016 várias pessoas do PAIF conseguiram bolsas integrais em faculdades e colégios particulares. Conforme vão conhecendo o CRAS, passam a confiar mais em nossa equipe”. E por falar na equipe, vale dizer que ela é composta por quatro assistentes sociais, cinco educadores, uma psicóloga, uma pedagoga e dois funcionários de serviços gerais.

Para receber um primeiro atendimento, basta ir até a unidade com os documentos originais de todas as pessoas que residem na casa: Identidade, CPF, Título de Eleitor, Carteira de Trabalho, Contracheque (se tiver), Comprovante de Residência ou declaração da associação de moradores (referente ao nome de um dos moradores) e Extrato de Benefício (caso seja aposentado). Menores de 18 anos: Certidão de Nascimento e Declaração Escolar (recente).

Nessa primeira etapa, a assistente social faz um atendimento individual e já encaminha para a rede de serviços, como saúde, educação e cultura. “Às vezes, as pessoas pensam que o CRAS é apenas para Bolsa Família, mas esse cadastro dá direito a muitas outras oportunidades”, acrescenta a diretora.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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