Certo dia, fiquei pensando o que seria de mim quando eu chegasse na vida adulta. Fiquei horas martelando em minha cabeça o que eu gostaria de ser profissionalmente, e foi então que em segundos eu quis ser professor, administrador de empresas e músico.
Mas todas essas vontades foram por água abaixo quando me veio um estalo interno e eu me peguei pensando no que meus pais queriam que eu fosse: Talvez um médico, um engenheiro e talvez até bombeiro.
Foram semanas pesando na balança imaginária e calculando o que seria mais prejudicial, frustrar meus pais ou frustrar a mim mesmo. Então, tomei coragem e resolvi questionar minha mãe, e saber o que ela sempre sonhou, foi então, que eu descobri que o mundo, sim, o mundo podia ser totalmente meu.
Foi em uma tarde de sol na última semana do ensino médio que minha mãe me disse que eu poderia ser o que eu quisesse, desde que minha escolha me fizesse feliz. Sabe aquela chuva de verão, que ao entardecer aparece um sol quente atrás das neblinas? Foi isso o que aconteceu comigo. A partir dali eu descobri que ninguém poderia me dizer o que ser e o que seguir, somente eu.
Daí então eu já quis ser centenas de coisas, desde astronauta até biólogo marinho. Mas eu fico me perguntando, quantos jovens seguiram o que os pais queriam e são profissionais infelizes?! Quantos sonhos foram esquecidos para não desagradar alguém? É assustador, mas é a realidade de muitos Brasileiros.
E aí, acredito que agora vocês estão se perguntando o que eu escolhi para a minha vida. Eu escolhi ser alguém íntegro, de caráter, esforçado e que busco meu lugar ao sol. Independente das escolhas profissionais, não pensem em quem vão decepcionar, pensam em vocês. Não acredito que um sonho não realizado possa ser concretizado em um filho. Talvez a explicação de muitos maus profissionais se resuma a isso. Quantos médicos são médicos por escolha dos pais? Quantas professoras são professoras por escolha das mães?
Foi pensando nisso que eu resolvi ser psicólogo, a vontade de ajudar jovens a enfrentar o mundo e serem o que quiserem foi o que me motivou a cursar Psicologia.
Espero que os jovens tenham cada dia mais autonomia, mas sem esquecer do respeito pelo próximo e que acima de tudo, sejam felizes independente do status social ou profissional, que façam o que quiserem, mas façam com amor e vontade.
Me chamo Luís Martins, tenho 23 anos, sou estudante de Psicologia da Universidade Padre Anchieta, em Jundiaí – SP. Moro no Jardim Fepasa, uma periferia de Jundiai.
https://twitter.com/EuLuisMartins