Apresentado por Marcelo Magano e Patrick Sonata, o Slam Laje é a primeira batalha de poesia realizada por moradores do Complexo do Alemão. Eu que sempre tive vontade de conhecer o Alemão, por conviver com algumas pessoas de lá, tive o imenso prazer de estar em uma das apresentações do Slam, na Casa Brota. Representatividade, empoderamento, amor a arte são apenas algumas palavras que definem o que esses jovens sonhadores transmitem através da poesia que recitam.
São definidas as datas que ocorrerão as batalhas e, no dia, os apresentadores escolhem algumas pessoas da plateia para serem os jurados e darem notas de zero a dez. Os participantes têm um minuto e meio para se apresentarem, caso ultrapassem o tempo estabelecido, são punidos. Cada integrante, então, defende sua ideia, seu texto nas etapas, até chegar à final e apenas um é o grande vencedor daquela competição.
Segundo o dicionário Aurélio, poesia é a arte de fazer obras em versos. Essa definição vai totalmente ao contrário do pensamento de Platão. Para ele, a tradição poética deveria ser substituída pela filosófia, porque ela sim era produtora de verdade. Já Aristóteles, dizia que o poeta nos faz enxergar e compreender coisas que nunca enxergamos antes.
Além disso, a poesia tem uma semelhança com a realidade, ou seja, verossimilhança. De acordo com o que vi no Slam, concordo plenamente, com o pensamento de Aristóteles. Todas aquelas poesias são carregadas de sentimentos, elas fazem o público refletir sobre a situação do morador de favela, sobre saúde, educação, segurança pública, ou seja, aspectos da nossa realidade. Através dessa arte, pessoas são influenciadas e vidas são salvas.