Relaxe: esse não é um daqueles papos de auto-ajuda que mostram a importância de sonhar. Prefiro o papo reto, mesmo que num caminho sinuoso.
Tava papeando com um amigo e tal, desses papos cabeça que a gente vai fundo nas tardes de verão sob o ar-condicionado quando se tem algum tempo pra parar pra respirar e abrir o coração.
Sou um privilegiado.
A vida alheia definitivamente não é minha pauta e se você, leitor, ainda não fechou a janela, é porque provavelmente deseja refletir sobre algo maior: dinheiro ou legado? Me considero muito suspeito pra falar, afinal, fiz escolhas complicadas pra vida no sistema capitalista. Vivo das minhas ideias.
A única certeza que a gente pode ter é que vamos morrer. Desconfio que nossa existência é um período curto demais pra dar tempo de nos perdermos na busca de um propósito. É injusto. “Pra morrer basta estar vivo”, já dizia minha mãe.
Você sabe que a gente morre e deixa tudo aqui. Nós, que vivemos do sonho, tentamos engrandecer nossas histórias dizendo que escolhemos deixar grandes histórias ao invés de alguma coisa no banco.
Dinheiro acaba. História fica.
Apesar de ser um defensor ferrenho do sonho, do legado, da inspiração e de tantas outras palavras bonitas, me pergunto o que serão dos meus quando eu morrer. Acho que você também deve se perguntar: “quando eu morrer, as pessoas vão ficar bem?”. Seria um baita egoísmo não pensar nisso.