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A arte de coexistir

Precisamos falar sobre o papel dos homens no feminismo

Historicamente, a mulher foi colocada num papel subalterno na sociedade e isso persiste. Até a lei, por anos, foi usada como meio de fundamentar a incapacidade feminina e temos como exemplo o Código Civil de 1916, que previa a necessidade da autorização do marido para que sua esposa pudesse desempenhar algumas atividades. Nem sempre tivemos direito ao voto, nem sempre foi possível mulher abrir conta bancária… Trabalhar? Isso era coisa de homem! Mas aos poucos conseguimos desmistificar alguns tabus e quebrar muros invisíveis. E tudo isso sempre foi reivindicado por mulheres que, espontaneamente, juntaram suas forças e foram à luta por direitos iguais: são as chamadas “feministas”. Porém, ainda há muito o que fazer.

femnisysaO feminismo é diversificado, existem inúmeras vertentes, que concordam e discordam entre si. Mas que, sobretudo, lutam por igualdade, cada perspectiva ao seu modo. O feminismo em que acredito insere homens, dialoga com homens, reconhece que precisamos dos homens para a conquista de uma sociedade igual.

Há muita abertura no movimento para dialogar com as mulheres, para protegê-las, inseri-las e conscientizá-las sobre suas liberdades e direitos, e é natural – e maravilhoso – que ocorra assim, mas ainda não é comum um discurso feminista que dialogue com os homens e os abranja no movimento. Precisamos torná-los aliados na luta pela igualdade, até porque isso diz respeito a todo mundo. É preciso despertar a empatia masculina pela questão de gênero, é preciso mostrar que a liberdade da mulher é, também, a liberdade do homem. E que todo mundo sai ganhando no final…

Os homens precisam construir o diálogo conosco, para que eles reconheçam o papel que desempenham estruturalmente na sociedade, para que eles se percebam e, consequentemente, se desvinculem dessa estrutura. Pois quando o homem entende o nível ofensivo de determinadas posturas que tem, ele abre espaço para as mulheres que o cercam, ele reconhece a liberdade delas – liberdade que sempre existiu, mas sempre foi negada.

O feminismo precisa se democratizar, pois, infelizmente, o termo tem sido cada vez mais manchado por estereótipos e preconceitos. O movimento está cada vez mais impopular e isso só nos prejudica. É preciso que o feminismo chegue à vizinhança, à comunidade e ao morro! E os homens têm papel importantíssimo nessa democratização, usando a voz que detém para influenciar outros homens! Pois como disse Emma Watson em seu discurso para a ONU, “como podemos mudar o mundo se somente parte dele é convidado para participar da conversa?”.

A igualdade demanda engajamento de todos e todas, e é dever de todo e qualquer movimento que busque alcançá-la ser acessível. Precisamos aprender a coexistir com o próximo.


SOBRE O AUTOR:

12377752_762771867161640_7848438051493281986_oMe chamo Gabriella Araújo, tenho 19 anos, estudo Direito na Universidade Federal de Alagoas, componho a atual gestão do Centro Acadêmico de Direito – CAGM, sou monitora de Filosofia do Direito I e cronista nas horas vagas. Não consigo decidir se gosto mais de literatura ou filosofia.

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PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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