Será que a legalização da maconha colocaria fim ao tráfico de drogas? Certamente não. As demais drogas continuaram a ser veiculadas ilegalmente, a diferença é que as pessoas teriam acesso facilitado à maconha, a porta de entrada para as demais. Contudo, dizem que isto é um mito, que a maconha não vicia e nem te faz querer experimentar outras drogas. É justamente na psicologia do ser humano que encontro argumento para provar o contrário.
Arthur Schopenhauer, um filósofo e pensador do século XIX definiu bem o comportamento humano. Segundo ele, nós sempre temos vontade de algo, de realizar uma ação que supra um desejo nosso, e logo depois que satisfazemos determinado desejo, vem o tédio… E do tédio nasce uma nova vontade, como num ciclo. Mas, por que a visão deste pensador é importante para analisarmos a questão da maconha ser ou não uma porta de entrada para as demais drogas?
Tomemos o álcool como exemplo, uma droga legalizada. Grande parte dos que a consomem não começaram experimentando-a pelas bebidas mais fortes, mas sim pela cerveja ou pelo vinho, bebidas mais fracas em geral, e à medida que se acostumavam com aquela sensação, desejavam intensificá-la, e então experimentavam bebidas mais fortes, cada vez mais fortes.
Este é o modelo perfeitamente lógico de comportamento humano proposto por Schopenhauer e acatado por diversos estudiosos da atualidade. Nós humanos desejamos sempre a mudança, e no que concerne aos sentidos do corpo isso fala ainda mais alto. Assim como não nos alimentamos dos mesmos alimentos todos os dias e gostamos de conhecer pessoas de biótipos diversos, gostaríamos também de experimentar novas drogas após abrirmos a porta que nos leva a tal desejo, a maconha, tendo em vista a natureza do comportamento humano.
Você até pode dizer que o Estado não tem direito de decidir sobre sua saúde, sobre o que você consome, mas pense… Quantos milhões do dinheiro público o Estado não gasta com clínicas de reabilitação para drogados, pessoas que danificaram suas saúdes por causa de um vício? O número de pessoas que necessitariam destas clínicas multiplicaria se a maconha for legalizada, quantas vidas poderiam ser salvas se o dinheiro destinado para a recuperação dos viciados em prazer químico fosse destinado aos leitos dos hospitais, aos remédios dos enfermos por doenças naturais, aos materiais que auxiliam na cirurgia dos acidentados? Sua saúde é uma grande economia para o estado, e muitas vezes para o bolso e para o psicológico de sua família também…
Sobre o autor:
Me chamo João Pedro Dornelles Claret, tenho 21 anos e sou estudante de Direito da Universidade Federal do Tocantins, fundador da Web-page Brasil Intelecto que reúne um grupo de jovens de destaque no intuito de difundir conhecimento e cultura. Além de músico, também sou poeta com minha obra ¨Etapas do Viver¨ prestes a ser publicada.