Na noite dessa quarta-feira (19/08), a ONG Voz das comunidades reuniu diversos moradores do Alemão no Fala Jovem, um projeto apoiado pela Brazil Foundation com o intuito de discutir assuntos importantes para sociedade. Esta foi a primeira edição do segundo ciclo, no qual o tema gerou bastante discussão, a redução da maior idade penal.
Socióloga, advogada, presidentes de projetos comunitário, foram os convidados especiais para debaterem o tema polêmico. Com muitas informações e opiniões diferentes ditas no debate, Elaine Pacheco, moradora do Alemão, diz ter chegado com muitas dúvidas sobre este assunto, mas no decorrer do debate ficou claro para ela que só serão punidos os jovens de 16 a 18 que cometerem crimes hediondos. Agora ela tem uma posição a favor sobre esta questão.
De fato, este é um tema delicado para abordar, todavia envolve uma série de fatores públicos e sociais. As maiores dúvidas são: “Onde vão parar os nossos jovens?”, “como eles serão tratados?”. São questões que a população necessita uma resposta. Contra ou a favor, lida-se com vidas.
“A gente quando põe essa pauta em questão, a redução da maior idade penal, estamos cometendo um retrocesso contra o jovem da periferia que já nasce com menos oportunidade do que um outro da classe A. Essa proposta de lei, ela disfarça um pouco e tira o foco das principais questões que deveríamos estar discutindo.” Este é o ponto de vista da socióloga Viviane de Salles, da comunidade Cidade de Deus, que é radicalmente contra a esta proposta de lei.
A redução da maior idade penal é um tema a ser debatido em todos os ambientes, em especial lugares que de alguma forma leva a educação, a cultura e os valores positivos para o cidadão. Este assunto ainda vai dar muito o que falar, porque até agora alguns pontos não foram esclarecidos.
A favor de que a lei se cumpra, Lúcia Oliveira, moradora do Alemão, defende o argumento de que o mundo está evoluindo a cada dia que passa e com novas tecnologias as crianças e os adolescentes já têm noção do certo e errado. Realizando projetos sociais voltados para os jovens da comunidade, ela pôde perceber o quanto a moçada está esperta, por isso, Lúcia afirma apoiar a detenção de menor infrator. Ela é a favor também de que os menores tenham acesso à educação e oportunidades na prisão.