Festival Anama Sapopemba celebra ancestralidade indígena e propõe “aldear as periferias” na Zona Oeste do Rio

Jardim Sulacap recebe, em 12 de Julho, a terceira edição do evento realizado pela Escambo Cultural, com shows, oficinas e presença de lideranças indígenas
Foto: Divulgação

O Festival Anama Sapopemba chega à sua terceira edição no dia 12 de julho, a partir das 15h, no Ponto de Cultura Escambo Cultural, em Jardim Sulacap, Zona Oeste do Rio. Com o tema “Aldear periferias”, o evento propõe um mergulho na ancestralidade indígena da região e convida o público a repensar as dinâmicas urbanas a partir da cosmovisão dos povos originários.

O nome do festival é carregado de significados: “Anama”, em tupi, significa povo ou família, enquanto “Sapopemba” era o nome da aldeia que ocupava o território onde hoje está localizado o bairro. Mais do que uma celebração, o evento é um gesto de reconhecimento da origem indígena das periferias cariocas.

“O festival é mais que um evento cultural, sendo um espaço de resistência, afirmação e valorização dos povos originários”, destaca Adrine Castro, presidente da Escambo Cultural. “Para a Instituição é uma honra continuar abrindo espaço para temas urgentes e promover o acesso do público a essas informações, de forma impactante e transformadora’. 

Programação destaca artistas e saberes ancestrais

A programação do Festival Anama Sapopemba foi cuidadosamente elaborada para proporcionar uma experiência que une arte, cultura e ativismo. O dia começa com a abertura da Casa e a abertura da exposição de artes visuais. Ao longo do evento, uma roda de conversa com o tema “Aldear periferias” será o ponto de partida para reflexões sobre a ocupação dos espaços e a importância de trazer a perspectiva indígena para o cotidiano das cidades.

O público poderá participar de uma série de oficinas, como a de Grafismo com Esther Pataxó, a Oficina de Miçangas com Júlia Otomorinhori’o Xavante, a Oficina de Tintura Natural com Plantas Medicinais e a Oficina Mandala Olho de Deus, ministrada pela equipe socioambiental da Instituição. Apresentações de poesia e performance com Winona também integram a programação cultural. Além disso, o festival contará com a presença do rapper Lucas Kariri, artista do povo Xukuru-Kariri, que trará em suas músicas a conexão entre a vivência indígena na cidade e a resistência da cultura originária e periférica.

Um dos momentos mais aguardados é o show de Kaê Guajajara. Artista da Música Popular Originária (MPO), cantora, compositora, atriz e escritora, Kaê trará sonoridades inéditas que mesclam ritmos ancestrais e abordam temas sociopolíticos de grande relevância, como o bem viver. Indicada na categoria “Show do Ano” pelo prêmio WME (Womens Music Event) em 2022 e 2023 , Kaê Guajajara é reconhecida por “conectar o Brasil Indígena e África evocando a prosperidade verde”.

Encerrando a programação, o aclamado Samba Miudinho promete uma roda de samba que une tradição e contemporaneidade, onde o samba raiz e as composições autorais ganham voz. O projeto, que nasceu em 2019 e celebra o samba como expressão cultural e artística do território, é um convite irrecusável para celebrar a cultura popular brasileira.

A sonoridade do evento contará com a DJ Cris Panttoja, com origens indígenas Sateré-Mawé do Pará, DJ Cris Panttoja leva suas raízes e o samba como pilar em cada trabalho.

Programação Resumida:

  • 15h: Abertura da Casa
  • 15h30: Abertura da Exposição de Artes Visuais
  • 16h: Roda de Conversa | Tema: Aldear periferias
  • 17:15h: Winona | Poesia e performance
  • 18:15h: Lucas Kariri | Rapper
  • 19h: Kaê Guajajara | Show
  • 20h30: Samba Miudinho | Roda de samba
  • 22h: Encerramento

Oficinas

  • 17h – 19h: Oficinas de Grafismo (Esther Pataxó) e Miçangas (Júlia Otomorinhori’o Xavante)
  • 20h – 21h: Oficina de Tintura Natural com Plantas Medicinais  (equipe socioambiental)
  • 21h – 22h: Oficina Mandala Olho de Deus (equipe socioambiental)

Ingressos: Disponíveis via Sympla – gratuidade para pessoas indígenas https://www.sympla.com.br/evento/3-festival-anama-sapopemba-aldear-periferias/2937926?referrer=www.google.com

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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