Ex-aluno, Luis Fernando volta ao projeto que mudou sua vida e celebra trajetória internacional na dança

"Estar de volta ao lugar onde tudo começou é como voltar para casa", diz bailarino do Dance Theatre of Harlem, nos Estados Unidos, sobre o ViDançar
Luiz Fernando visita o projeto Viver Dançar, no Complexo do Alemão, onde deu os primeiros passos na dança (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

O bailarino Luis Fernando, de 24 anos, viveu na última semana um reencontro emocionante com suas origens no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Ele, que hoje integra o elenco do prestigioso Dance Theatre of Harlem, nos Estados Unidos, voltou ao projeto social onde começou sua trajetória na dança, o ViDançar, iniciativa que foi o primeiro passo rumo à carreira internacional.

“Estar de volta no projeto onde comecei a dançar, onde tive meu primeiro amor pela dança, é muito gratificante. Aqui eu aprendi, me especializei e descobri que era possível sonhar alto”, contou Luis, que depois do ViDançar passou pelo Teatro Municipal e pela Escola de Teatro Bolshoi no Brasil, até chegar a Copenhague e, mais recentemente, a Nova York.

Em sua visita, o bailarino reencontrou professores, amigos e crianças que hoje ocupam o mesmo espaço que um dia foi seu. “É muito orgulho ver que o projeto cresceu, evoluiu, e que tem tantas crianças sonhando como eu sonhei um dia. Elas me olham com brilho nos olhos e isso me emociona. Hoje, elas se inspiram em mim. Amanhã, outras vão se inspirar nelas.”

Ex-aluno do Alemão, Luis celebra o reencontro com professores e alunos no espaço que transformou sua vida (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

Luis fez questão de destacar o papel transformador da arte em territórios como o Alemão. A arte existe e predomina neste lugar. O projeto ViDançar traz sonhos, esperança, disciplina. Ele guia cidadãos para um futuro melhor. Estar aqui hoje é saber que o legado continua firme.”

Além da carreira de bailarino, Luis já vislumbra outros planos para o futuro: “Tenho muitos sonhos para o projeto ViDançar. Quero ajudar esse trabalho a crescer, se expandir, não só no Brasil, mas no mundo. Como artista e como gestor, quero retribuir tudo o que vivi aqui”, afirmou.

Hoje bailarino nos Estados Unidos, Luis compartilha experiências com novos talentos do projeto que o formou (Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades)

Inspirado por nomes como a bailarina brasileira Ingrid Silva, que também integra o Dance Theatre of Harlem, Luis vê sua trajetória como parte de um movimento maior de transformação social por meio da cultura.

Eu saí do Complexo do Alemão e cheguei onde estou porque alguém acreditou em mim. Agora, quero mostrar para o mundo que é possível, sim, sair da favela e brilhar nos palcos mais importantes do planeta. A arte está mudando realidades, e eu sou prova disso.”



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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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