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Ensaios de rua das escolas de samba de favela impulsionam economia local e dão início ao carnaval de 2025 

Nos ensaios da Imperatriz Leopoldinense e da Mangueira, ambulantes e foliões refletem sobre o impacto dos eventos na economia e para o carnaval
Ensaios de rua da Imperatriz Leopoldinense impulsionam vendas de ambulantes Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Está aberta a melhor temporada do ano: o carnaval do Rio. Seja nos ensaios técnicos ou nos de rua, dentro ou fora de quadra, a energia é movimentada pela paixão e o senso de comunidade. O Voz das Comunidades mergulhou nos ensaios de duas escolas de samba: o da Imperatriz Leopoldinense o e da Mangueira. 

Bares ficam lotados com ensaios de rua da Imperatriz Leopoldinense Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades 

Nem uma tarde quente de verão desanimou Naelson Saraiva, de 24 anos, cria do morro do Santa Amaro, na Zona Sul do Rio. Para ele, ir aos ensaios da Imperatriz aos fins de semanas se tornou parte da sua rotina em janeiro. “Carnaval para mim é tudo, é alegria, é diversão, é o povo na rua e nas multidões. Isso é ser feliz”, contou ao Voz. 

Neste ano, a Imperatriz Leopoldinense levará a saga de itan de Oxalá para visitar o reino de Xangô para os desfiles de carnaval, com título “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”. As expectativas para Naelson estão lá em cima. “É muito grande. Quando se fala na Imperatriz, ainda mais trazendo Oxalá, acho que está vindo muito forte. É aguardar e acontecer a grande vitória.” 

A percepção e energia do público possui uma profunda importância para as escolas de samba. O Diretor de Carnaval da Imperatriz, André Bonnate, de 48 anos, conta que os ensaios de rua refletem na conexão da escola com a comunidade. “A gente vai lidando com muitos valores, como ancestralidade e pertencimento. Isso vai nos dando ingredientes necessários para que a gente chegue na avenida, a gente faça um grande desfile.” 

André Bonnate, diretor de Carnaval da Imperatriz Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades 

Para preparar um desfile de carnaval, o planejamento começa com grande antecedência, um mês após o fim do anterior. “O desfile preparado com planejamento consegue pegar valores mais baratos no mercado. Isso é bom para a economia criativa.”, explica Bonnate. 

A equipe da escola possui cerca de 180 pessoas, mas indiretamente o carnaval impacta na economia de diversas outras, inclusive os ambulantes. Emerson dos Reis, de 50 anos, mora em Nova Iguaçu e se deslocou para o ensaio da Imperatriz para vender bebidas. “É o nosso ganha-pão. Todo dia é um trabalho, todo dia tem um ensaio de escola. Carnaval é o divertimento do povo, e para a gente que trabalha, movimenta em todos os níveis a economia”, conta o ambulante. 

Na estrada da Itararé, no bairro de Ramos, em frente a concentração do desfile, a barista Vanessa Silva, de 36 anos, explica a importância do movimento carnavalesco para a região.  “Aumenta a nossa venda, ajuda nas nossas contas. É muito bom vir pessoas de fora para conhecer e consumir no nosso bar. A gente vende muitas bebidas.” 

Já a ambulante Vânia Regina, mãe de três filhos, conta que o carnaval tem sido uma ótima época do ano para ganhar dinheiro como ambulante. “Deus me abençoou e tenho conseguido vender muito no carnaval. Na hora que acaba os ensaios, vem aquela multidão comprar. Além da Imperatriz, atendo ainda em outros ensaios.” 

Responsável pelo carnaval da Imperatriz Leopoldinense desde 2022, André Bonnate reflete sobre o impacto dos ensaios na economia local. “Se tornou uma porta para esse comércio informal, mas que também impulsiona o comércio formal. Todos os bares ficam lotados. Isso também é importante porque é a economia criativa do carnaval.” 

O efeito dos ensaios de rua no comércio das comunidades não acontece apenas na Imperatriz. O Voz também acompanhou os ensaios de rua da Mangueira, também na Zona Norte do Rio. E é onde Angélica Telles, de 43 anos, cria da região, que faz sucesso com a venda de abadás e acessórios da escola de samba da Mangueira.  

Angélica Telles, cria da Mangueira, faz sucesso com venda de abadás nos ensaios de rua da Mangueira Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades 

“Esse ano o impacto tem sido bom, porque tem vindo muitos turistas de tudo que é lugar. A gente tem conseguido faturar bem, tem conseguido arcar com as nossas despesas”, conta a comerciante, que revela torcida para a escola de samba. “Tomara que esse ano venha ainda maior, queremos muito esse título. Por aqui a gente tem vendido Mangueira igual água, todo mundo quer!”. 

No geral, o impacto dos ensaios de rua tem ido para além do comércio, mas para a alma de quem participa. Victor Costa, de 27 anos, desfila pela primeira vez para a “escola de coração”. Ele é morador de Ricardo de Albuquerque, mas o coração está na Mangueira. “É a primeira vez que desfilo e está sendo mágico, muito incrível. É uma representatividade muito forte que tem aqui, ainda mais nessa comunidade linda que é a Mangueira, que abraça e acolhe todos aqueles que vem”. E só quem vive sabe. 

Victor Costa desfilará pela primeira vez para a Mangueira, no carnaval deste ano Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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