Texto: Matheus Andrade | Fotos: Igor Albuquerque
Material produzido para o jornal impresso do Voz das Comunidades – Abril/2023
O décimo Encontro de Cultura Popular agitou o morro do Vidigal. A iniciativa traz como principal pauta: a capoeira. Pivô da ação, o projeto Vidigal Capoeira reuniu diversas atividades voltadas para a cultura Afro-Brasileira.
A capoeira é uma arte marcial que possui uma grande expressão cultural. Mistura esporte com cultura popular, dança e música. A origem da luta vem da época do período escravocrata brasileiro. Muitos negros foram trazidos do continente africano para servir de mão de obra nos engenhos de cana-de-açúcar, nas fazendas de café, nas roças ou nas casas de colonizadores. Na época, eles criaram a capoeira como uma forma de luta e resistência dentro das senzalas, se protegendo da violência e punição dos senhores de engenho.
Atualmente, o esporte por si só já é um grande agente social na vida de muitas pessoas. Além disso, ainda se tem a possibilidade de ter o exercício físico agregado à representatividade e tradição.
Dentro desta realidade, Messias Nogueira Freitas, ou Mestre Messias como mais é conhecido, trouxe a capoeira para o Morro do Vidigal. Morador da comunidade há mais de 25 anos, o capoeirista há mais de uma década leva os ensinamentos da arte marcial africana para a favela da Zona Sul.
“O projeto foi criado com o intuito de contar para os moradores um pouco da cultura afro, e do nordeste também, através da capoeira, de forma gratuita. Desse modo, levando a cultura afro-brasileira para dentro da comunidade”, diz.
Messias fala que muito mais que um simples esporte, a capoeira envolve outros setores da nossa vida, como ancestralidade e música.
“Ela é uma das artes marciais que mexe com o seu corpo em um todo. Além da parte espiritual, interfere na parte física, musicalidade, é um esporte completo. Costumo dizer que todo morador de favela já nasce capoeirista por natureza”, completa.