“Estava me preparando para assistir o jogo quando escutei tiros”, relatou uma moradora do Complexo do Chapadão, comunidade localizada na zona norte do Rio de Janeiro. Eram por volta de 21h30min da quarta-feira (21 de agosto), no momento que a favela se preparava para assistir ao jogo, quando iniciou uma ação da polícia .
Conforme relatos de moradores, os policiais adentraram a comunidade, conhecida como a Força do Povo, pela rua Alcobaça, e estavam descaracterizados e com carros sem identificação. Os agentes entraram pelas casas da Rua Alcatraz e Moraes Pinheiro, onde começou a troca de tiros.
“Os policiais vieram por trás das casas até o local e o caveirão entrou. Foi quando começou a troca de tiros”, conta outra moradora que mora na região onde aconteceu o tiroteio. Um garoto identificado como Lucas, que era entregador de lanches na região, foi morto durante a ação quando tentava se abrigar do tiroteio. “Depois que mataram ele, colocaram ele dentro do caveirão. A mãe do menino foi lá desesperada querendo ver o corpo do filho. Deixaram ele morrer.” Um vídeo que circula nas redes mostra o caveirão indo embora enquanto moradores da região tentam socorrer o menino.
Manifestação dos moradores
Nesta quinta-feira (25), por volta de 11h, moradores e familiares do jovem morto, identificado como Lucas Martins, de 22 anos, realizam uma manifestação, pedindo justiça, na lateral da delegacia na Estrada Marecal Alencastro, em Anchieta. Segundo informações, a mãe do jovem morto informou que não tem condições de enterrar o filho.
A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a assessoria da PM questionando sobre ações da noite de quarta-feira (24). Em resposta, a Polícia Militar informou somente sobre ações ocorridas nesta quinta-feira (25), durante protesto em duas vias principais que dão acesso às favelas. Segundo eles, policiais do 41ºBPM foram deslocados para as ruas Beberibe e Moraes Pinheiro para impedir manifestantes de atear fogo em pneus.