Não é de hoje que a violência no Complexo do Alemão vem assustando os moradores. Os maiores prejudicados são os estudantes e trabalhadores que necessitam sair da comunidade ou até mesmo estar nela para exercitar as suas atividades diárias. Desta vez o alvo da frequente troca de tiros foi a ONG EDUCAP.
A ONG EDUCAP (Espaço Democrático de União, Convivência, Aprendizagem e Prevenção) tem sido alvejada constantemente com os tiroteios que ocorrem na região. O espaço localizado na Canitar oferece diversos cursos para os jovens e adultos da comunidade, com o intuito de levar aos interessados um estimulo e uma perspectiva de cidadania melhor.
Segundo Lúcia Cabral, gestora da ONG, de alguns meses para cá uma cabine policial foi instalada ao lado da sede e isso fez com que os riscos aumentassem muito. Quase sempre nas trocas de ros o teto tem sido atingido. Toda vez que ocorrem os tiroteios, ela e os professores têm de correr para tirar os alunos do campo de futebol que fica em frente e pedir para que os alunos em sala se abaixem.
À noite o Educap oferece aulas de alfabetização e já aconteceu de ficar uma semana sem aula por causa da violência. Esses incidentes desmotivam e afastam os alunos, além de dificultar a captação de patrocínio, adesão de colaboradores e outros recursos que contribuem com os projetos.
A cabine policial implantada ao lado da sede é um caso a se pensar porque é nítido que a insegurança predomina em toda a área. “A Canitar era o lugar mais seguro antes dessa cabine aparecer ali, porque os tiroteios eram lá para dentro”, diz a gestora da ONG.
Na visão de Lúcia, que é assistente social, uma nova política de segurança deveria ser pensada porque esse método imposto na comunidade fere demais os moradores e o governo gastaria menos se investisse numa tática diferente com menos armas e mais educação.