O Morro do Salgueiro, Zona Norte do Rio, recebe aos sábados, desde julho, o Direção Pra Favela: um curso gratuito de direção cinematográfica para moradores de favela do estado do Rio de Janeiro. O curso é desenvolvido e ministrado pelos Irmãos Carvalho, diretores premiados, com passagem pela TV Globo e criados no Salgueiro.
Toda aula conta com a palestra de algum nome de peso do mercado audiovisual. O próximo evento promete, marcado para o dia 31/08 (sábado) das 10h às 13h, o convidado da vez será Leandro Firmino, no endereço: Sal Laje, na Rua Francisco Graça 110, Tijuca, Zona Norte do Rio.
Já marcaram presença: Babu Santana (ator de “Tim Maia”), Luciano Vidigal (1º diretor de favela premiado internacionalmente) e Jéssica Queiroz (diretora de “Mila no Multiverso” e “Passinho: o ritmo dos sonhos”, o próximo grande lançamento da Disney).
As aulas abordam temas como dramaturgia, estética, produção e direção de atores, são realizadas sem patrocinadores, contam com 15 participantes, de 15 favelas diferentes e de 5 cidades diferentes. “É uma espécie de um intercâmbio entre favelas do ponto de vista da cultura, do cinema especificamente, e esse intercâmbio provavelmente vai frutificar em alguma coisa no futuro”, afirma Marcos Carvalho, diretor e professor no projeto Direção Pra Favela.
A 1ª edição tem impactado 15 pessoas, mas entregará ferramentas para que elas impactem plateias muito maiores pelo Brasil. A busca do curso foi grande com 247 inscritos para a seleção.
O impacto da Direção Pra Favela na Sal Laje
“A Laje do Cariel, na Sal Laje, que eles chamam, que é o único espaço de cultura praticamente no Morro [do Salgueiro] de receber pessoas para atividades culturais. E a gente aluga esse espaço, então também acaba fortalecendo eles. E essa é a sua primeira edição. A ideia é usar o sucesso da primeira edição para conseguir captar recursos para as próximas e aumentar o potencial de circulação, enfim, desse dinheiro dentro do Salgueiro. Todas as pessoas que estão trabalhando com a gente são do Salgueiro, nas próximas edições assim também vai ser. A importância que é ser uma espécie de berço, de experiência para as próximas [edições] que vão vir, que já estão sendo afinadas aí e que vão trazer ainda mais recursos e de experiência pra favela”, destaca Marcos.