Em dezembro do ano passado, nós, da equipe do Voz das Comunidades, fomos até a Rua São João, na Sabino, na região da Grota, no CPX, para fazer uma matéria sobre os problemas da área. Mas, ao voltar a localidade depois de sete meses, verificamos que as dificuldades que os moradores enfrentam continuam as mesmas, que vão desde de uma água impossível de beber, até a falta de calçamento adequado
A dona de casa, Josicreide da Silva, afirma que, desde a publicação da matéria, em janeiro, recebeu visitas de equipes da Águas do Rio e da Comlurb, que tiraram fotos. Porém, nenhuma questão efetivamente se resolveu até então.
“Depois disso, a caixa de esgoto ficou entupida. A Simone (vizinha) ligou, eu liguei pra Águas do Rio e falaram que com uma semana vinham desentupir. E tá assim até hoje…” afirma.
Para a moradora, a caixa de esgoto que fizeram foi uma obra mal feita e o aguaceiro continua a mesma coisa. A caixa foi instalada na época da obra da escada que pegou somente uma parte do beco. A “famosa” obra da escada pela metade.
Outro obstáculo é a água, impossível muitas vezes de beber e até de tomar banho. “Parece até água de esgoto a água que vem pra gente. Não é aquela água branquinha não, é aquela água encardida. Aí, eu botei pra dar banho no meu neto e eu falei: ah, não…” , afirma sacudindo a cabeça em tom de revolta. O neto dela ainda é um bebê. Contudo outras crianças mais velhas da região já circulam pela área. Assim, sofrem com problemas estomacais, de pele entre outras enfermidades.
Iluminação e infraestrutura
Para subir o Beco São João todo morador deveria ter uma bota ou tênis de trilha, porque não é fácil. Qualquer um que andar pelo trajeto, deve se escorar pelas paredes e se equilibrar no meio das pedras ou das rampas escorregadias. E se chover, o cuidado tem que ser redobrado, pois algumas colunas dão choque devido à má fiação do local. Logo após a publicação da matéria sobre os problemas citados, a falta de calçamento, escada ou seja lá o que for que melhore a vida do morador. Uma moradora, diarista, Simone Barros, nos contou que escorregou e quebrou o braço.
Josicreide também está com dores na perna e o médico acredita que ela tenha rompido um tendão ao tentar se equilibrar para não cair. A ressonância, segundo ela, já está marcada para confirmar se houve alguma lesão.
Quanto à iluminação, os moradores ainda enfrentam o desafio diário de subir e descer no escuro e usam lanternas para se locomover. Ainda de acordo com Josicreide, a situação dos postes permanece a mesma. Isso a prejudica, pois ela é deficiente visual, enxerga somente de um olho e evita sair à noite. “Botaram aí (a lâmpada), quando eles estão aí, acende. Quando vão embora, apaga”, afirma.
Resposta dos órgãos e autoridades
A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com o presidente da Associação dos Moradores da Grota, Marquinho Balão. Ele diz que já mandou vários pedidos para a Prefeitura e que nada é resolvido há anos.
Já a Águas do Rio enviou uma equipe para a localidade, a fim de avaliar a situação. Em nota, disseram que não identificaram nenhuma questão de vazamento ou extravasamento de esgoto. Além disso, reforçaram que “mantém um rigoroso controle de qualidade da água.”
Em relação à Rioluz, a concessionária alega que o pedido para verificar o problema da região é feito via associação dos moradores.
Foi realizado contato com a Secretaria Municipal de Habitação, mas, até o fechamento da matéria, não obtivemos retorno.