A cerimônia de abertura do Expo Favela Innovation foi marcada por um auditório lotado, que assistiu a apresentação de Renato Meirelles, presidente e fundador do Data Favela. Ele apresentou dados sobre as dificuldades do empreendorismo dentro da favela.
“A favela carioca é a concentração geográfica das desigualdades”. Foi assim que Renato iniciou sua apresentação. Conforme pesquisa apresentada, as favelas concentraram 19% dos desempregados, 89% dos moradores já foram vítimas de racismo e 73% tiveram que mentir em uma entrevista de emprego. Isso mostra o quanto a desigualde impacta os moradores de comunidades. A pesquisa também mostra um fato curioso e preocupante. 73% dos jovens de favela nunca foram à praia.
Até chegar à pauta econômica, Renato mostrou as diferenças salariais que atingem homens e mulheres, classificando-os por gênero e raça (mulheres negras, com mais de 25 anos, com ensino superior, ganham 50% menos do homens brancos com a mesma escolaridade. Elas ocupam a base da pirâmidade salarial. O pesquisador também mostrou que uma das demandas que mais se destacam entre os moradores são é o respeito com o lugar que moram, superando anseios por melhor infraestrutra urbana e opções de lazer.
Moradores de favela do Rio de Janeiro consomem R$ 31 bilhões
O dado gritante do consumo nas comunidades acompanha um dado pela vontade dos moradores. Segundo o Data Favela:
- 29% das mulheres tem o sonho de empreender. O sucesso profissional é um anseio das 14% dos homens de favela.
- A pesquisa também mostrou que 46% dos moradores de favela sonham em ter um negócio próprio, superando metas como passar em concurso público, ter uma profissão ou ser promovido.
- Os dados também mostraram que 8 em cada em 10 moradores
- 56% dos entrevistados já consiseram empreendedores. Já 39% das pessoas responderam já ter um negócio próprio.
- 42% das pessoas empreenderam pela oportunidade enquanto 52% foi por necessidade.
Após a apresentação, Renato Meirelles falou ao Voz das Comunidades. Renato apontou que, através dos números, é possível apontar as necessidades, assim como a desigualdade que atinge essa parcela da população. “Pudemos observar como a desigualdade atinge uma parcela da população, que carece de políticas públicas. E ainda assim, movimenta mais de 30 bilhões. É uma população que precisa de oportunidades e cabe ao poder público criar e oferecer essas oportunidades.”
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
O Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, esteve presente na abetura do evento. Em coletiva, ele comentou sobre como o ministério atuará, de forma intersetorial com outros órgãos do governo, na promoção e facilidade de moradores de comunidade ao acessar o empreendedorismo. Segundo ele, será possível
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)
“Pensar empreendedorismo, pensar economia é um trabalho em conjunto. Não tem como você pensar em atuar só com economia em território conflagrado. É necessária uma ação conjunta. É necessário entrar em território com políticas de redução da letalidade para depois falar de economia. Aí sim as pessoas poderão falar de futuro.”