A deputada estadual Marina do MST (PT), junto a Comissão de Segurança Alimentar (presidida pela petista) e lideranças comunitárias do Complexo do Alemão, realizaram uma visita técnica a cinco projetos sociais do território. Estes locais serão as futuras hortas comunitárias da comunidade, que além de produzir alimentos saudáveis sem o uso de agrotóxicos, terão como objetivo geração de renda, abastecimento de escolas e construir uma conscientização alimentar entre os moradores. A visita, que aconteceu no último sábado (29), foi articulada a partir do Plano de Ação Popular do CPX, documento que reúne as principais demandas do território.
A deputada estadual e presidente da Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Marina do MST comenta que a visita técnica, para além de conhecer as experiências e potencialidades existentes nos Complexos do Alemão e Penha, servirá para construir coletivamente o planejamento para cada localidade.
“A partir dessa visita nos fica o desafio de levar para as possibilidades de construção no legislativo, tanto lei ou indicação legislativa, mas principalmente de nos fortalecermos através do instrumento que é a Comissão de Segurança Alimentar da Alerj. Abrangendo os poderes municipal, estadual e federal”, disse a deputada.
Naty Silva é fundadora de um dos projetos sociais que farão parte da rede de hortas, o Resgatando a Inocência, no Morro do Adeus, Complexo do Alemão. Ela comentou que assim que procurou um terreno para comprar, já que antes o espaço não era do projeto, pensaram muito na horta. Não só ela, como as crianças também. “A iniciativa partiu delas. Sempre conversamos com as crianças, instigando o pensamento crítico.Então, a gente já vinha querendo uma horta, já que a gente visa muito a parte boa de se alimentar bem, sem veneno”, exemplificou Naty.
Alan Brum Pinheiro, coordenador do Plano de Ação Popular do CPX e fundador do Raízes em Movimento, explica que uma das pautas do documento, no que diz respeito ao Meio Ambiente, é a consolidação de uma rede de hortas comunitárias. “A gente vai ter a possibilidade de um fechamento mais concreto a partir desta visita, porque cada local previsto para a rede está em um nível diferente de desenvolvimento. Vamos avaliar, mas com certeza alguns passos serão dados a partir dessa visita”, pontuou.
Alan ressaltou ainda sobre o objetivo central da rede de hortas comunitárias, que é pensar a segurança alimentar do território, “Tivemos muita clareza da quantidade de pessoas que tem passado fome nas favelas, principalmente durante a pandemia. Ficou muito evidente. Então, eu acho que pensar a segurança alimentar a partir de alimento da própria favela é muito importante. A essas é o primeiro passo para alavancarmos uma cultura de produção urbana”, disse.
“A ideia não é só ter as hortas comunitárias, mas trabalhar com as mulheres que sao mães solo, para terem hortas caseiras, além de trabalhar a arborização da favela e também reinserir egressos do sistema penitenciário e jovens em medida socioeducativa”, finalizou Alan.