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Saiba a importância do CAPS e sua missão na no cuidado com a saúde mental

Centro de Atenção Psicossocial tem como missão principal o cuidado integral de todas as pessoas com sofrimento psíquico
Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades

Este sábado, dia 18 de maio, é celebrado no Brasil o Dia da Luta Antimanicomial, data que surgiu em 1987. Por mais de 12 anos, tramitou em Brasília a Lei 10.216, que estabeleceu um modelo de atenção à saúde mental, na defesa dos direitos das pessoas que necessitam do tratamento, buscando formas de assistência e implementação de espaços que substituíssem os manicômios.

Os CAPS foram criados para suprir a ausência dos manicômios, não com a ideia de substituir os hospitais psiquiátricos, mas para agir de forma humanizada e independente.

Contudo, o acesso aos Centro de Atenção Psicossocial ainda é pouco difundido para os moradores das favelas. O estigma acerca das pessoas que adoecem mentalmente é tratado de forma minimizada nos territórios, seja pela dicotomia entre favela e asfalto, numa lógica de que favela não é cidade e por isso não têm direitos, ou pela negação deles. E, por isso, o acesso ao cuidado mental é violado.

A equipe do Voz foi até o CAPS III João Ferreira Filho, responsável pela área do Complexo do Alemão, para entender o funcionamento e a história do aparelho. O Centro fica dentro do complexo de saúde do Alemão, junto a outros espaços de saúde. Desde sua implementação, a unidade tem a missão de matriciamento, uma modalidade de assistência para pensar intervenções de atendimento. O trabalho possui parceria com outros espaços de saúde, como as Clínicas da Família, o acolhimento de crise e a desinstitucionalização. Para Estefani, coordenadora da equipe de seguimento, o CAPS é porta de acesso a outros espaços. “O CAPS é porta de entrada para mil coisas… cultura, lazer.”

Corredor que leva a sala que são realizadas as oficinas
Foto: Marlon Soares / Voz das Comunidades

É um aparelho de portas abertas, que atua de forma humanizada e na redução dos estigmas. O atendimento e acolhimento é contrário aos estabelecidos dentro dos manicômios. Segundo a diretora da unidade, Andrea, os pacientes precisam de cuidado integral. “O paciente precisa de um cuidado inteiro, não só da mente, mas do corpo como um todo.” 

O CAPS III João Ferreira Filho funciona todos os dias, 24 horas. Com uma equipe multidisciplinar, atende até 100 pessoas mensalmente. São oferecidas oficinas que estão relacionadas a arte e cultura, empregabilidade, ancestralidade negra e possuem um bloco de carnaval chamado “Se Pirar a Gente Cuida”, que desfilou em 2019, 2020 e 2023. 

Segundo um paciente que quis manter anonimato, as oficinas são uma forma de transmitir o que está sentindo: “Quando começo a usar cores escuras é porque estou pedindo ajuda”. Uma forma de humanizar o atendimento e fortalecer a luta antimanicomial. 

O endereço do CAPS III João Ferreira Filho é o Estrada do Itararé, 951, Ramos. O telefone de contato é: 2270-8688. Funciona 24 horas por dia, todos os dias, inclusive aos finais de semana e feriados.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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