Medidas de proteção ajudam a reduzir contaminação por Covid-19

Moradora do Borel conta que não sai de casa sem o acessório de proteção

Por que é difícil nas comunidades levar a sério as medidas de proteção, que ajudam a reduzir contaminação por Covid-19, como uso de máscaras? O relaxamento da quarentena proposto pelo governo estadual e pela prefeitura, os discursos políticos, como o do presidente em classificar o coronavírus como uma “gripezinha”, e a falta de ações governamentais em favelas podem interferir diretamente no comportamento da população, em relação ao cumprimento de medidas de segurança para frear o contágio pela Covid-19

No Rio, não é possível sair sem máscara e quem for flagrado sem o acessório pode pagar multa. Por outro lado, não é o mesmo cenário dentro da favela. Além das ruas amontoadas de gente, caminhar nos becos e vielas sem máscara, por exemplo, é uma triste realidade, que põe em risco a saúde de todos os moradores. Ingrid Gonçalves, 38, é moradora do Borel, favela situada na Tijuca, zona norte da capital. Ela diz que não sai de casa sem proteção para lugar algum, mas que a prática não é comum entre os moradores. “Eu não saio sem minha máscara nem para ir à padaria”

Muitas ações estão sendo feitas por moradores, coletivos, ongs, projetos das favelas (inclusive com apoio do comércio local e de empresas) para barrar a disseminação do novo coronavírus. A Santa Pia é uma iniciativa dos moradores da favela Santa Marta, em parceria com o Instituto Insolar, para instalar pontos com água e sabão e contribuir para aumentar o acesso à higienização na comunidade, localizada na zona sul do Rio. As pias coletivas estão espalhadas pelos principais acessos à comunidade, como na parte baixa e também na parte alta do morro. Leonai da Silva é voluntária do projeto. Ela cuida da manutenção do equipamento e vê que os moradores têm usado as pias espalhadas pelo morro. “É uma ação coletiva, então, a gente conta com todos os moradores para  tudo”.

Como todas as atividades nas favelas estão funcionando normalmente, e a justiça liberou a reabertura do comércio na cidade na tarde de hoje, o cuidado do morador deve ser redobrado. “No início da pandemia, as pessoas estavam se protegendo mais, só que de umas semanas para cá, tudo mudou. Eu acredito que as pessoas estão naturalizando a doença”, comenta Ingrid. Por isso, é importante que você mantenha os cuidados para se proteger do coronavírus e para a segurança de toda a favela: use máscaras, lave as mãos e, se possível, fique em casa. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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