Um encontro entre líderes comunitários e grupos sociais marcou a manhã desta terça-feira na Fiocruz. Através de uma roda de conversa, representantes de iniciativas sociais debateram o uso da cannabis medicinal dentro de territórios de favelas e periferias do Rio de Janeiro. O encontro teve participação de Lúcia Cabral, do Educap, e Rafaela França, coordenadora do Neem.
O encontro surgiu após dos desdobramentos da Conferência Livre de Saúde das Favelas e Periferias, que ocorreu em maio. Desde então o grupo dialoga sobre o acesso e o uso de cannabis medicinal, pois é uma questão importante para a saúde pública. Com o encontro na Fiocruz, os participantes puderam reforçar o laço e abordar questões como preconceito em torno do cannabis medicinal dentro das comunidades.
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Representantes do Complexo do Alemão
Rafaela França, coordenadora do Núcleo de Estimulação Estrela de Maria (Neem), ressaltou a importancia do debate. Ela lembrou de como foi difícil conseguir a medicação para sua filha no início. Hoje Rafaela atende mais 114 famílias no Estado do Rio de Janeiro. Rafaela também lembrou o trabalho em conjunto com serviços de saúde do Complexo do Alemão na capacitação sobre o acesso e uso do medicamento. “Fizemos uma qualificação de 60 médicos na clínica do Alemão e foi um dia de muita troca, muito conhecimento. A realidade hoje nas favelas e no Complexo do Alemão é que tem médico preescrevendo cannabis pra favelado”.
Lúcia Cabral, do Educap, relembrou da sua participação na 17ª Conferencia Nacional de Saúde, que aconteceu em Brasília, no início de julho. “Participei de uma roda que falava sobre saúde popular, mais voltada para indisciplinariedade. O cannabis foi um tema muito forte. Por conta da questão que envolve maconha versus cannabis versus segurança pública. Falar sobre cannabis não é sobre segurança pública. É saúde”, completou.