Funk, trap, samba, pagode e muito mais… O palco Favela reúne artistas oriundos de várias comunidades e diferentes histórias. E para o público que foi lá conferir seus artistas preferidos, o espaço dedicado à favela é sinônimo de representatividade preta e diversidade na música.
“A existência do Palco Favela no Rock in Rio mostra que qualquer um pode chegar em qualquer lugar”, conta Bruno Cabral, que levou a família toda para curtir o Rock in Rio. A família, cria do CPX do Alemão, traduziu fácil o Palco Favela, “é a mistura de tudo, é a certeza que a favela pode chegar em qualquer lugar. O Rock in Rio representa a elite e nós, da favela, estamos chegando na elite”.
Já o casal Kenia de Oliveira, de 29 anos, e Vitor Amorim, 27, contam que a iniciativa do Palco Favela trás um diferencial para o festival, além de gerar oportunidade para os artistas oriundos das favelas. “As pessoas não dão muito valor para o potencial das favelas. Tem muito talento ali. Acho legal o festival dar essa oportunidade. É uma representatividade do povo brasileiro”, conta Vitor. Já Kenia, conta que foi criada no subúrbio de Santos, Litoral de São Paulo, e ver o palco favela recheado de atrações mostra o lugar que os artistas da favela realmente merecem estar, no topo. “É legal saber que a elite, que pagou um ingresso caríssimo, vai chegar aqui e assistir os artistas favelados em cima do palco”.
Representatividade é a palavra que um grupo de amigas de São Paulo, presentes pela primeira vez no festival, escolheu para simplificar a existência do Palco Favela. “Eu conheço os artistas que estão no palco. São artistas da comunidade. O preto se sente representado,”, conta Carolina Castilho de 30 anos. Já Fernanda Souza, 35 anos, destacou o design e a estrutura do palco, “é muito parecido com o que eu vejo na televisão, achei muito bonito”. Cintia Oliveira, 31 anos, explicou que não tem muito acesso a cultura favelada, então acha importante essa visibilidade tanto para ela, que não conhece, como para os artistas periféricos que buscam o sucesso. “Ele traz a arte da comunidade. Eu não tenho muito acesso e vejo que os artistas precisam dessa visibilidade também”.
A capixaba Franciele Souza, de 30 anos, também enxergou no palco favela representatividade do povo preto. “É muito incrível estar aqui, curtindo uma música e ver pessoas pretas tocando e curtindo com a gente. Isso é representatividade total. Vejo um palco que expressa um Brasil humano, diverso e acessível”.