Entregando voz, dança e estética, Thiago Pantaleão realiza primeiro show de sua turnê no Rock in Rio dia 14 de setembro

Com referências que vão desde as mulheres de sua família a Mariah Carey, artista se apresentará no Espaço Favela
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

– Como você quer que eu descreva você?

– Uma lenda em construção. 

– Uma lenda? Isso é grande. 

– Eu disse em construção.

Este é o trecho de uma das entrevistas de Beyoncé no início de sua carreira, mas se você fosse uma mosca na parede, veria algo parecido na resposta de Thiago Pantaleão durante a entrevista. E não há como discordar. Ele se expressa através da voz, da dança e da moda. Em suas manifestações artísticas, Pantaleão parece ter saído de um daqueles clipes dos anos 2000 da coletânea Hip Hop Video Traxx. Nascido em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, e criado em Paracambi, Região Metropolitana, e ex-morador da favela de Asa Branca, em Curicica, o divo pop de 26 anos vai se apresentar pela primeira vez no Rock in Rio, dia 14 de setembro, no Espaço Favela. 

Com um álbum recém lançado, Pantaleão traz em “NOVA ERA” suas referências do que escutava nas festas de família: justamente, músicas dos anos 90 e 2000, como Mariah Carey, Beyoncé e Christina Aguilera. “Esse segundo álbum eu quis muito encerrar um ciclo e trazer um novo”, conta. É importante ressaltar sua tia Tati nessa construção de um artista que busca ser completo, com um gingado e rebolado – foco no rebolado – sem igual. “Minha primeira referência foi ela, que ia para baile funk, para um forrozinho… Eu a via dançando e achava muito aesthetic”, comenta. Este será o primeiro show de sua turnê.

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Falando em família, entendemos que a tia Tati foi a primeira ref dançante, mas e quanto a voz? Parte importante para compreender os alcances vocais do artista. “Meu primeiro contato com a música foi com minha mãe cantando na igreja. Ela foi minha primeira diva”, relembra.  “Eu não sabia [que ela cantava] e aquele momento mexeu muito comigo, então eu comecei a ficar obcecado com música num geral.” Ele tinha apenas seis anos!  E revela que em um primeiro momento foi a musicalidade do gênero gospel e a entrega da voz, como Cassiane, Bruna Karla e Aline Barros. 

Muito confiante da beleza que tem, Thiago confessou que essa segurança teve muita influência de seu pai Ivan. “Ele fala tipo: ‘é isso aí, meu filho, tem que mostrar o corpo mesmo, vamos malhar, vamos malhar’”, comenta, rindo. Músico, seu pai é também um de seus maiores fãs. “Você vai ser o maior cantor desse país!”, é o que afirma Ivan, conta Thiago. 

Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Estreando no Rock in Rio, o artista muito trabalhado na humildade confessou não ter acreditado quando soube que estava no line do festival. “Achei que era caô. Entrei um pouco em desespero e depois tudo começou a fazer sentido na minha cabeça. É uma vitória não só minha, mas da minha mãe e do meu pai. E de uma equipe imensa que trabalha muito para que isso aconteça.”

“Fico tenso porque quero entregar o melhor show da minha vida. Eu penso em tudo que percorri até chegar até ali. Fiquei noites sem dormir, chorei. Minha mãe pedindo a Deus. Quem não conhece Thiago Pantaleão, vai parar para conhecer e ver o espetáculo”, finaliza. Preparados para os metais e backing vocal? Pois é, vai ter!

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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