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Você Está Vendo O Que Eu Estou Vendo?

Grilo na cuca

Por acaso você já pensou que aquele vermelho, que você enxerga no sinal de trânsito, pode parecer diferente para a pessoa que está sentada ao seu lado, no banco do carona? Claro, ela pode também chamar aquela cor de “vermelha”, mas será que ela está vendo a mesma cor que você? E se ela estiver vendo roxo e chamar o roxo de “vermelho”? Vocês dois vão achar que estão vendo a mesma cor, porque ambos a chamam de “vermelha”. Mas, quem garante que a sensação visual da cor é idêntica? Outro dia, em outro artigo, dissemos que uma palavra não é a coisa que ela representa; a palavra é o símbolo da coisa, mas não a coisa em si mesma. O que estamos dizendo agora é precisamente uma prova disso: duas pessoas podem concordar que a cor do farol (semáforo, sinal) é “vermelha” – estarão concordando com respeito à palavra, mas podem estar vendo cores diferentes.

Como funciona

Acontece que as cores não são percebidas através dos nossos olhos, mas sim dos nossos cérebros. No sentido literal da palavra, a cor não existe, o que existe é luz, percebida até por moluscos que não têm cérebro. Você pode identificar cada cor, mas todas elas são interpretadas pelo seu cérebro. E a luz pode ser transformada em qualquer cor pela sua mente, como é fácil verificar com as ilusões de ótica. As cores são criações do nosso cérebro, baseadas em experiências passadas. É assim que as ilusões de ótica funcionam. Porque, quando vemos uma imagem que se relaciona com uma experiência passada, o cérebro se comporta como se a imagem da ilusão de ótica fosse igualmente real.


A cor tem sido a essência da evolução. Basta pensar na relação entre os polinizadores e as flores ou nos diferentes animais que utilizam as cores para se camuflarem ou chamarem a atenção. Observe as cores das suas roupas: a moda, os cosméticos e os designs são baseados na cor. Isto quer dizer que foi a percepção da cor que moldou a nossa mente. Portanto, o fato incrível é que a cor, mesmo não existindo fisicamente, moldou toda a nossa cultura. É precisamente por essa relação com a cor que as pessoas se perguntam há séculos: Você está vendo o que eu estou vendo?

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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