Todo mundo quer “fazer o trampo virar”, mas ouça gente quer pagar o preço. Não tem fórmula mágica: só dá pra alcançar o sucesso com muito trabalho.
Na real, acho um erro, até, esse termo “virar”. É assim que a galera chama o momento em que a carreira alcança dinheiro e bons trabalhos. É verdade que existe um “ponto de virada”, que é quando as entradas são superiores às despesas, mas o que me refiro é a essa ilusão que de uma hora pra outra PLAFT! Começou a dar certo.
A turma não leva em conta os anos de preparação. O tempo investido em networking, estudos… E ainda tem uma paradinha muito importante: o que dá certo pra um pode não dar certo pra outro. As oportunidades chegam diferentes. Além disso, nem todo mundo consegue agarrar as oportunidades quando chegam.
Sim, já conheci artista que teve várias oportunidades e continuou pensando que “um dia irá dar certo”. E é fundamental ter uma boa leitura do momento, saber quais são as oportunidades que te cercam pra entender qual deve ser o próximo passo.
Responsabilidade, nessas horas, é fundamental.
A gente, que vem do subúrbio, não pode vacilar. Tem que chegar cedo sim. Tem que trabalhar em dobro sim. E não falo isso com um pingo de orgulho, mas compreendendo que as coisas pra nós sempre são mais difíceis e que não vamos ter alguém pra nos defender na hora H.
Vai levar tempo e sem apadrinhamento vai levar ainda mais tempo. Porque muita coisa que a gente faz precisa de grana pra investir. Você precisa comer, beber, comprar roupas, pagar pela luz, telefone, internet, Netflix… E enquanto a gente trabalha, estuda e usa o tempo que sobra pra carreira, a turma com grana tá focada na carreira. E eles conseguem em um ano o que a gente consegue em cinco.
Pura matemática.
O jogo é sujo e não é pra todos. Ainda assim a gente continua, né. Uma hora o jogo vira.
Ou, quem sabe, o trampo mesmo.