Há aproximadamente 2 anos, o projeto social Vidançar teve que interromper as diversas atividades que oferece aos moradores da Nova Brasília, devido às intensas trocas de tiros na comunidade. De lá para cá, muita coisa mudou na rotina do grupo. Se antes, no Espaço Vidarte, no Loteamento, os alunos desapareceram por conta da violência, hoje a história é diferente, afirma Ellen Serra, 39, coordenadora do projeto. “Estamos muito felizes onde estamos atualmente, sem risco iminente de roteio, pois estamos na rua de passagem. Por isso, os alunos reapareceram”.
O caso do Vidançar é semelhante a muitos outros. A ONG Educap, na qual os moradores contam com aulas de reforço escolar e alfabetização diminuiu o atendimento em 82%. Em entrevista concedida ao jornal O Globo de 10/05/2016, a coordenadora, Lúcia Cabral, atribui essa queda à insegurança. “A violência afastou os recursos. É uma realidade dura para todos os projetos e movimentos sociais que tentam fazer a diferença aqui dentro. Estamos sem dinheiro, sem apoio, mas não tenho coragem de fechar, os moradores precisam de nós”. No ano passado, o projeto Fábrica Verde, de reciclagem de computadores encerrou as atividades.
Atualmente situado na avenida Itaoka, 1884, na entrada da Nova Brasília, o Vidançar segue colhendo os frutos do projeto que acontece desde 2009. Um filme será lançado em julho, contando a história do primeiro bailarino do grupo, Luis Fernando, que atua no Theatro Municipal. Além do balé, outras modalidades são oferecidas aos moradores, como o hip hop e o teatro, além do futebol no campo do seu Zé. A coordenadora conta ainda que será desenvolvido um espetáculo no final do mês na Arena Dicró, além de audições para os alunos do projeto, em diversas companhias profissionais de dança, e também a oficina de intercâmbio de modalidades de dança, onde farão a fusão do balé com o hip hop. A apresentação na Arena Dicró ainda não tem data para acontecer.