A VULVA QUE EXISTE EM MIM
A vulva que existe em mim é um ensaio fotográfico autoral da fotógrafa Thamyra Thâmara que visa desconstruir para libertar. “Estão tentando nos tolir de todos os lados”. De um lado a vagina marginal: que não é falada, que é negligenciada, escondida, tida como vergonhosa ou “sagrada”. Do outro lado, a vagina objetivada: que é vista apenas como órgão biológico, só para dá prazer ao homem, a vagina pornográfica dentro de um padrão estético opressor. Não pode ser peluda, tem que ter grandes lábios simétricos e gosto de uva.
A ideia é pensar a vulva não apenas como um órgão biológico, mas também como uma parte nossa cheia de afeto, história e quereres próprios. A vagina como um segundo coração da mulher que também escolhe, tem memória afetiva, desejo e sentimento. Inspirada no conceito do livro da Noemi Wolf “A biografia da vagina” o ensaio se propõe a repensar a conexão entre VAGINA, CABEÇA E CORAÇÃO X PULSAÇÃO CORAÇÃO E PRAZER. O processo de criação se deu em seu próprio apê e no divã da sala. O enquadramento total é da vulva, em quarto escuro, iluminada a luz de velas em tom de mistério e beleza. No divã doze mulheres contaram suas histórias, deixaram suas vulvas falarem de seus traumas, desejos, dúvidas, inquietações e potências em uma grande catarse coletiva.
Thamyra Thâmara é jornalista, mestre em cultura e territorialidades pela Universidade Federal Fluminense –UFF e formada pela Escola de Fotógrafos Populares.
A exposição acontece no centro de referência da juventude, CRJ, no morro do Alemão. De 10h às 18h até o final de junho.