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Secretaria de Saúde abre sindicância para investigar morte de criança de 2 anos em UPA da Cidade de Deus

Família acusa pediatra de abandonar plantão sem analisar exames e pede justiça
Foto: Reprodução

A morte de Moreno Moura Nascimento, de 2 anos e 8 meses, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, no último domingo, está sendo investigada pela Rio Saúde. A empresa municipal abriu uma sindicância após a família da criança acusar uma das pediatras que o atendeu de negligência.

Segundo a mãe do menino, Evelin da Silva, de 36 anos, o menino começou a se sentir mal no dia 11 de março com dificuldades para respirar. A família o levou à UPA por cinco vezes, mas, em uma delas, no dia 13, não teria sido atendida porque o raio X estava quebrado. Na sexta-feira (15), a pediatra que atendeu Moreno teria pedido exames de sangue e um raio X. No entanto, quando a radiografia ficou pronta, por volta das 20h, a médica já havia ido embora. E não havia outro médico para atender a criança naquela noite. “Retornamos no sábado, quando o estado dele já havia se agravado. Essa pediatra estava de novo de plantão e não localizou os outros exames. Fez um diagnóstico apenas com base na radiografia. Mas a conclusão era que o estado dele era grave e ele foi internado”, lembra Evelin. No domingo, o estado de saúde de Moreno se agravou e ele precisou ser entubado, mas não resistiu.

“A avaliação da família é que houve omissão por parte da pediatra e erro de diagnóstico”, afirma o advogado de Evelin, Bruno Sankofá. A Secretaria Municipal de Saúde se manifestou sobre o caso, mas não confirmou ou negou a versão dos pais. “A unidade de pronto atendimento conta com todos os equipamentos de cuidados intensivos necessários. A criança ficou mais de 24 horas sob cuidados médicos, mas, devido a uma insuficiência respiratória grave, mesmo sob cuidados de duas pediatras, infelizmente não foi possível evitar o óbito”, informou a secretaria em nota enviada ao jornal O Globo.

O caso está sendo investigado pela Rio Saúde e pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj). A família de Moreno espera que a justiça seja feita.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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