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São Paulo está fora dos trilhos e ninguém reparou

l7E eu começo esse artigo me perguntando: Onde é que estão os governantes de São Paulo? Será que estão sendo solidários em Paris?

Talvez estejam mesmo tomando chá na Casa Branca em Washington. Mas, eu tenho certeza que em São Paulo é que eles não estão, ou agem (ou melhor, não agem) como se não estivessem. Me pergunto isso, porque eu gostaria de saber porque ninguém vê os problemas dos trens da cidade.

O serviço é falho, isso é inegável, o mesmo é sujo, desumano, não suporta a demanda e afins. A teoria de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço, não se aplica a CPTM (Companhia Paulista de Trens e Metrôs), uma vez que um vagão com capacidade para mais ou menos 200 pessoas, aloja na maioria das vezes o dobro.

O problema não está em dividir espaço com outro ser humano, e sim as condições com o que isso é feito. Sem falar nos dias de chuva na terra da garoa, toda vez que chove o trem para. Isso mesmo, para onde quer que ele esteja e você que já não tem espaço para mexer o braço, ainda fica de quarenta minutos a uma hora parado no meio do nada em algum lugar entre uma estação e outra. Sem falar nos “abusos sexuais” a mulheres que acontecem vez ou outra, mas para que colocar isso em pauta, se são elas que pedem isso usando vestido, não é mesmo?

São Paulo querida, os seus problemas são pequenos, mas são muitos, de grão em grão a galinha enche o papo e de problema em problema os paulistas, turistas, migrantes e imigrantes perdem o encanto. Realidade que nos fazem acreditar que hoje nada será feito e que amanhã já estaremos acostumados.

Mas nem tudo são espinhos, o bom humor dos funcionários, tanto dos guardas das estações, quanto das faxineiras que fazem a limpeza dos vagões é admirável. Como diria minha avó: Sempre tem algo bom, depende o que queremos enxergar.


image1Me chamo Luís Martins, tenho 23 anos, sou estudante de Psicologia da Universidade Padre Anchieta, em Jundiaí – SP. Moro no Jardim Fepasa, uma periferia de Jundiai.

https://twitter.com/EuLuisMartins

 

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EDITORIAS

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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