Há algum tempo eu escrevi ao site Jusbrasil um texto sobre responsabilidade civil ao nascituro. Um tema polêmico, que nasceu da evolução do direito com o decorrer dos anos, principalmente com o advento do código civil de 2002. Ao promover uma faxina nos arquivos do meu computador, encontrei o artigo e lembrei-me do quão prazeroso foi seu feitio. Ao fixar na palavra responsabilidade, evoquei em minha mente uma conversa que tive com uma amiga sobre relacionamentos.
Vivemos a era do ultrafest, do ghosting, de relacionamentos líquidos e superficiais. Pessoas vêm e vão, como se o nosso destino fosse sempre ser mais alguém na vida do outro. E quando não são relacionamentos rasos, há certo desgaste em relacionamentos que foram duradouros, e hoje não mais subsistem. Não há uma responsabilidade nas atitudes que são feitas, ocasionando muita dor de cabeça para ambos os lados.
Esse é o ponto xis desse texto: responsabilidade. Ninguém passa na vida do outro por acaso. São escolhas. Um autor norte-americano (Não me recordo o nome) disse certa vez que a tragédia da vida grega devia-se aos deuses que controlavam as vidas dos terrestres. Na vida moderna, a tragédia reside no livre arbítrio. Discordo. Não há tragédia no livre arbítrio. Somos livres para escolher o que quisermos, especialmente no âmbito de relacionamentos. Mas necessário se faz uma responsabilidade por trás dessas escolhas. Se for para se envolver, seja responsável. O mundo está saturado de pessoas que aparecem e somem do nada.
Responsabilidade. Confesso que fui responsável ao ouvir minha amiga. Seu relacionamento de uma semana foi bastante envolvente e igualmente decadente. Gostaria muito que seu ex-lover lesse esse artigo. Mas acho que ler não é sua praia…