Rede de Apoio Humanitário nas e das Periferias é criada em São Paulo

Segundo o último censo feito pelo IBGE ,a cidade de São Paulo tem 11.253.503 ( onze milhões, duzentos e cinquenta e três mil e quinhentos e três)  habitantes. Muitas dessas pessoas vivem nas 1.565 favelas que existem na cidade. Esse número é do banco de dados da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), a mesma ainda afirma que o contrário do que se imaginava, não houve um crescimento do número de favelas no estado, apenas um crescimento vegetativo da população, levando algumas casas a terem mais de um andar, por exemplo. E sabemos que é nas favelas e periferias que está a população mais vulnerável da nossa sociedade, já que o Estado se empenha em abandonar essa população. 

E com o aparecimento do COVID-19, que segundo a Secretária de Estado da Saúde, até o dia 8 de abril,  o estado de São Paulo já contabilizava mais de 6.000(seis mil) casos confirmados e 428(quatrocentos e vinte e oito) óbitos, dessa forma, aumenta ainda mais a vulnerabilidade dessas pessoas. O Ministério da Saúde recomenda que medidas básicas de higiene (lavar as mãos com água e sabão e usar álcool em gel) sejam tomadas, além disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou que aglomerações sejam evitadas, e que estejamos em quarentena, saindo de casa apenas para atividades indispensáveis. Mas para muitos, que já vivem uma realidade difícil, respeitar a quarentena pode não ser possível, e quando é, para a grande maioria, isso vai significar passar por falta de dinheiro e alimento. E por esse motivos, estão surgindo inúmeras ações, principalmente nas favelas, para que o dano seja o menor possível.

Rede de Apoio Humanitário das e nas Periferias

A Rede foi formada depois da confirmação dos primeiros casos de coronavírus em São Paulo, com o intuito de fazer a conexão entre pessoas que desejam ajudar famílias em vulnerabilidade, com locais que já realizam essa assistência. Luana Maria, 32, é pedagoga, e já trabalhou em várias áreas periféricas de São Paulo, e essa foi uma das questões que a fizeram se sensibilizar e participar desse projeto. Ela faz parte da coordenação das demandas dos polos cadastrados pela Rede. Ainda de acordo com Luana, depois da crise que se instalou por conta do Covid-19, muitas pessoas que trabalham de forma autônoma, moradores das regiões periféricas e que não dispõe de nenhum auxílio governamental, ficaram sem renda até para as necessidades básicas.

A Rede é uma iniciativa do coletivo Periferia é o Centro, que acompanha de perto as dificuldades com alimentação, e com produtos de higiene que as comunidades enfrentam, e que por isso, viu a necessidade de ampliar o olhar para as periferias de São Paulo. Sem uma sede física, a Rede de Apoio conta hoje com 30(trinta) voluntários e tem parcerias com 7(sete) organizações. 

Mapa com iniciativas que ajudam famílias em vulnerabilidade de São Paulo

Foi pensando numa maneira mais fácil de conectar pessoas que querem ajudar, com pessoas que precisam de ajuda, que a Rede criou o “Mapa”. Construído a partir 

das informações coletadas através de um formulário para cadastramento de sedes que precisam das doações. Com as informações geradas pelo formulário foi possível criar um banco de dados. “Esse foi o primeiro material georreferenciado pela rede e o intuito de gerar esse mapa foi de trazer autonomia para localizar os pólos e facilitar a logística entre doadores e receptores. Então, esse material vem facilitando e auxiliando nesse sentido”, diz Katharine Oliveira, 33, profissional autônoma e voluntária da Rede de Apoio Humanitário. O Google Maps foi a plataforma utilizada para georreferenciar os polos cadastrados, pois os membros da Rede julgam a plataforma a mais acessível. “ Organizamos por meio de ordem de inscrição quais serão os polos que irão receber as doações, pois nesse momento além do mapa, a rede de apoio também está recebendo arrecadações de alimentos, produtos de higiene e  ajuda financeira, e após uma quantia que supra 5 pontos de arrecadações semanalmente, dividimos a entrega das cestas, para um polo em cada região de São Paulo. Já entregamos por meio das doações mais de 100 cestas básicas.” Afirma Luana. No momento, são mais de 70 polos cadastrados e localizados pelo mapa para quem puder e quiser realizar as doações. Você pode ter acesso ao Mapa clicando aqui

Alimentos e produtos de limpeza arrecadados. Créditos: Reprodução/Facebook

Como ajudar? 

A Rede tem uma página no facebook, lá eles postam todas as informações sobre o projeto. Caso você tenha interesse em ser voluntário(a) ou doador(a), basta clicar aqui e preencher o formulário, ou entrar em contato pelo email

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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