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Raízes em Movimento – #InBox

A Ong com mais de 10 Anos de atuação no território, que tem como um de seus objetivos o desenvolvimento do Complexo do Alemão

O Instituto Raízes em Movimento tem como missão promover o desenvolvimento humano, social e cultural do Complexo do Alemão e demais comunidades, por meio da participação de atores locais como protagonistas desses processos, com foco no fortalecimento e na ampliação do capital social das comunidades.

Nascido em outubro de 2001, no Complexo do Alemão, o Instituo Raízes em Movimento surgiu a partir de um grupo formado por jovens e universitários ― moradores e não moradores da região ― envolvidos em trabalhos sociais.

Inicialmente o grupo contabilizou as potencialidades e recursos existentes ― materiais e humanos ― para traçar as primeiras estratégias de atuação, que foram: trabalhar aspectos ambientais, promover atividades esportivas e ações para a educação e cultura, além da capacitação constante de seus integrantes para o fortalecimento institucional.

O Raízes contribuiu para o desenvolvimento pessoal de muitos moradores do Alemão. Lauro Sidney é um deles. Questionador e sempre avo em movimentos sociais dentro da comunidade, se aproximou da instituição e, desde então, a sua vida mudou. “Eu sempre tive ideais e lutei por benefícios para a comunidade, muito por conta da minha família, pois se eu estiver ajudando a comunidade, indiretamente estarei ajudando a minha família. Conheci o Raízes através do Comitê de Desenvolvimento da Serra da Misericórdia, um encontro promovido pela instituição. Fui convidado a conhecer o instituo e fiquei até hoje. Isso já há 5 anos”, completa.

Alan, coordenador executivo da ONG.
Alan, coordenador executivo da ONG.

Hoje, o Raízes conta com um curso de informática chamado Olhar Digital, cujo objetivo é fomentar a inclusão digital para todas as idades. O grande diferencial do projeto é o trabalho com a terceira idade. Para muitos alunos, é o primeiro contato com o computador. Outros participam apenas para apurar suas práticas, ao mesmo tempo em que ampliam os horizontes sobre as possibilidades que a informática pode lhes dar. Não há separação, mas sim, uma produtiva troca de conhecimento que, além de tudo, fortifica os laços comunitários ao ponto de realizar interações entre gerações com experiências distintas, mas com anseios bem parecidos.

O projeto é uma realização do Raízes em Movimento, articulado com Agência do Bem e em parceria com a Computer Toys. As duas últimas possuem vasta experiência com ações de informática em comunidades.

O Circulando, evento que ocupa ruas e vielas deste conjunto de favelas, é um dos projetos de sucesso da instituição e envolve a mobilização de artistas e avistas culturais do Complexo do Alemão. A ação culmina na realização de mostras artistas, ações de avistas convidados, oficinas, shows e intervenções no espaço público (grafitagem, exposição fotográfica nos muros, faixas, exibição de filmes independentes etc). Além disso, o coletivo busca externar suas reflexões e levantar debates acerca de temas que se mostrem relevantes para a comunidade. Por isso, em alguns eventos são realizadas mesas de discussão ou intervenções focadas nesses temas.

Em 2014 a organização belga Victoria Deluxe, ao lado do Raízes, inicio um projeto de arte social no Complexo do Alemão, no qual seis jovens aprenderam a filmar e a editar filmes. A intenção era que eles contassem como percebiam o impacto da Copa do Mundo em seu bairro, na sua cidade e no seu país, através da produção de curtas-metragens.

Após meses de produção, os jovens concluíram o filme “Copa pro Alemão Ver”, um média-metragem que retrata as diferenças entre investimentos para grandes eventos (neste caso, a Copa do Mundo) e para os nossos direitos políticos e sociais e de infraestrutura na cidade. O documentário teve direito a lançamento na Europa.

O morador do Alemão, Hector Santos, 19 anos, foi um dos seis jovens beneficiados pelo projeto. “Foi importante porque eu aprendi a fotografar, filmar e editar. Pude expor meus sentimentos de revolta. Eu via grandes investimentos na Copa, mas na favela continuava a mesma coisa.”

Sobre a experiência de ter viajado para a Europa, ele afirma que a realidade é bem diferente. “A violência na Europa é muito diferente do que vejo no Alemão. Aqui todos os dias acontecem tiroteios”. Sobre as mudanças que o projeto e a instituição causaram na sua vida, ele conclui: “O projeto me influenciou positivamente, hoje trabalho com audiovisual e consigo me sustentar. Sou grato ao projeto e principalmente ao Raízes por ter aberto as portas da ONG”. Há alguns anos, o Raízes tem feito um movimento de aproximação com as universidades em busca da construção de um saber local sobre o Complexo do Alemão, através da troca de memória e sabedoria dos moradores com o conhecimento acadêmico. As pautas também incluem questões referentes à cidade do Rio de Janeiro, como políticas públicas, por exemplo. Essa é uma ação estratégica para a construção de reivindicações populares que não sejam desqualificadas pelo Estado.

O Raízes foi constituído por universitários e trabalhou com jovens graduandos do próprio Complexo em seus projetos, ao longo dos anos. Um dos frutos dessa aproximação é a criação do Centro de Produção, Documentação e Memória do Complexo do Alemão (CEPDOCA), cujo objetivo é a construção de um espaço físico que abrigue um centro de pesquisa e um acervo que mantenha viva a memória do bairro e alimente pesquisas acadêmicas sobre o mesmo. Mas antes de possuir um espaço físico, o CEPDOCA já toma forma em diversas atividades, entre elas: “Vamos Desenrolar”, curso de extensão em parceria com a UFRJ, em que moradores e pesquisadores “desenrolam” uma aula e uma conversa sobre temas diversos; a produção de um levantamento bibliográfico sobre o que já foi produzido, como pesquisas, documentos públicos e outras reflexões já realizadas, de maneira escrita ou audiovisual; um encontro mensal de discussão com pesquisadores que fazem seus trabalhos de campo no, sobre, ou a partir do Complexo do Alemão; e um convênio de cooperação técnica para realização de pesquisas com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).O Instituto Raízes em Movimento tem sede na Av. Central, no 68, Morro do Alemão – Complexo do Alemão.

“É Importante acreditar nas histórias e vivências de cada um, por isso, o trabalho do Raízes em Movimento sempre respeita o nosso lema: PROMOVENDO PERSPETIVAS DE VIDA A PARTIR DAS POTENCIALIDADES HUMANAS”. conclui Alan, coordenador executivo da ONG.

Para conhecer mais sobre o trabalho, acesse www.raizesemovimento.org.br ou ligue para (21) 2260-3998.


Escrito por: Maycom Brum
[email protected]

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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