Olá, me chamo João Pedro Claret, tenho 21 anos e curso Direito. Moro em Palmas, capital do Tocantins, cidade pequena para o porte das capitais brasileiras, com pouco menos de 300 mil habitantes.
Para quem não sabe, Palmas é a capital mais jovem do país, tendo apenas 26 anos de idade. Sua arquitetura possui assinaturas de Oscar Niemeyer, como o monumento futurista do Memorial Luís Carlos Prestes no coração da Praça dos Girassóis. Há! não posso me esquecer de mencionar que esta praça é a segunda maior praça pública do mundo, com 570 mil metros quadrados.
Um fato que poucos palmenses sabem sobre Palmas é que sua história reside no mistério de um sonho profético, talvez seja lenda, mas dizem que o primeiro governador do estado, Siqueira Campos, teve um sonho de que um dia construiria uma cidade entre uma serra e um lago… Bem, ele encontrou a serra, mas o lago ele teve que mandar fazer, um lago que inclusive rendeu belas praias, como a praia da Graciosa e a praia do Prata. Os bairros não possuem nomes, são identificados por numerações, o que torna a cidade ainda mais futurista. O clima daqui é quente, até para os praieiros cariocas de plantão, com médias anuais de 38 graus.
O povo tocantinense é amigável, de origem nordestina, indígena e goiana em sua maioria, costuma se enfeitar com uma dádiva natural existente somente aqui e em nenhum outro lugar do mundo, me refiro ao capim dourado… Sim, quem vê pensa que é ouro nascendo do chão. Com ele são feitas pulseiras, bolsas, chapéus e muito mais, como se fosse benção da natureza concedida ao estado. E por falar em natureza, aqui existem muitas tribos indígenas, como os Xacriabás, Xavantes, Caiapós e Javaés.
Constantemente me deparo com índios passando por mim na assembleia legislativa do estado, para conversar com deputados, protestar e reclamar por seus direitos e terras, vestidos como guerreiros e pintados como tais… Eis um fato me alegra, pois é exemplo de que a democracia é uma noção que chegou até eles.
Mas há algo aqui em Palmas que ainda não chegou a certos moradores, dignidade, dignidade aos moradores do Jardim Taquari, uma comunidade paupérrima, onde o saneamento com muito custo acabara de chegar, o que ainda é pouco, e é por isso que realizo meus trabalhos beneficentes neste lugar. São mais de 12 mil moradores abandonados pela gestão do estado e que em dia de sorte tem o que beber… Acredito que se os olhos dos privilegiados e não só dos eleitos se mirassem para pobreza, esta com certeza seria menos amarga, menos calada, menos esquecida e muito mais atendida, pois não é só o estado que pode solucionar problemas, a suas mãos também podem, basta você estendê-las.
Sobre o autor:
Me chamo João Pedro Dornelles Claret, tenho 21 anos e sou estudante de Direito da Universidade Federal do Tocantins, fundador da Web-page Brasil Intelecto que reúne um grupo de jovens de destaque no intuito de difundir conhecimento e cultura. Além de músico, também sou poeta com minha obra ¨Etapas do Viver¨ prestes a ser publicada.