Foto: Betinho Casas Novas / AGIF
Parte dos materiais da delegacia, foram organizados e desativados um dia antes da operação do Exército no Alemão que durou três horas
Desde a morte do bebê Benjamin, de apenas dois anos, durante uma operação da PM no Alemão, as operações no conjunto de favelas foram suspensas pelo alto comando. Apesar da medida de suspensão, o conjunto de favelas sofreu na madrugada da ultima sexta feira (17), uma mega operação do exército e da policia civil do Rio de Janeiro. Operação essa que terminou antes do amanhecer e fora adiada por muitas das vezes pelo alto comando do Exército Brasileiro. A suspensão de operações no Alemão foi para evitar que, se acaso alguém fosse ferido, isso não caísse na conta do exército.
Foram empregados o uso de mais de 200 militares, tanques blindados modelo “Guarani”, caminhões, ambulâncias e duas aeronaves blindadas, que foram recebidas a tiros traçantes já na sua chegada. Além também, de dois veículos blindados e mais de 50 agentes da Corregedoria de Recursos Especiais (CORE), grupamento de elite da policia civil.
Os agentes e os militares chegaram por volta das 02h e se concentraram na Estrada do Itararé, local emblemático e marco, como porta de entrada do conjunto de favelas do Alemão. Lá se concentravam também todos os veículos blindados do exército e da policia civil. Até o prezado momento, naquela madrugada, a função dos militares do exército, foi de fazer barricadas na Itararé, colocando cones nas duas vias de acesso, barreiras e revistando todos os veículos que passavam pela estrada.
Na parte alta da comunidade, conhecida como Alvorada, apenas dois tanques do exército subiram a ladeira da Rua Nova, que dá acesso às localidades Largo do Coqueiro (Onde se encontra a delegacia e a estação do teleférico) e Praça do Samba, onde os veículos chegaram a ir. Junto dos blindados do exército, o “Caveirão” da policia civil foi logo atrás.
Nossa equipe apurou informações de moradores da comunidade da Alvorada, que preferiram não se identificar por motivos de segurança, onde relatavam que agentes da policia civil e militares do exército, pararam os blindados em frente a 45DP e embarcavam os matérias da diligência dentro dos blindados. Informação essa que ainda não foi confirmada pela policia civil. Um dia antes da operação, segundo informações, os agentes da delegacia já estavam desativando, desmontando e organizando todos os materiais da DP.
Os militares do exército, enquanto isso, permaneciam na estrada do Itararé, parte baixa, como se tivessem de prontidão para subir, se algo acontecesse. Ao chegar as 05:45, ainda da mesma madrugada, os blindados do exército desceram a ladeira da Rua Nova e logo atrás o veiculo blindado do CORE da policia civil. Em seguida, todos foram embora, dando fim a operação.
OCUPAÇÃO DO EXÉRCITO EM 2010 FOI ALERTADA
Em novembro de 2010, o Complexo do Alemão sofria a mega operação que mudou a história da comunidade. A operação que contou com apoio de diversas forças de segurança, foi um marco emblemático no processo de pacificação dos conjuntos de favelas do Rio.
Como esta operação da última sexta feira(17) realizada oito anos depois, a operação de 2010 também foi alertada. A secretária de segurança e as autoridades do governo do Rio, na época, alertaram nos jornais e nos canais de televisão, por quase uma semana, que iriam invadir o Alemão. A tática, era para evitar confrontos pesados e um verdadeiro banho de sangue como recepção, com a possível entrada do agentes. Deu certo, em partes, todos esperavam que seria um caos maior, é o que apontam especialistas de segurança pública.
NOTA DO GABINETE DA INTERVENÇÃO
O Comando Conjunto, em apoio à Secretaria de Estado de Segurança, e no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública, deflagrou, nesta noite (16 de agosto), operação na região do Complexo do Alemão, no município do Rio de Janeiro.
As ações destinam-se à verificação de denúncias de atividades criminosas, em particular as ligadas ao tráfico de drogas. São empregados 235 militares das Forças Armadas e 70 policiais civis, com apoio de meios blindados e aeronaves. Algumas vias e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis.