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Não precisávamos de reforma, obrigado! – #Opinião

Imagine que você queira promover uma reforma na sua casa. Você não precisa dessa reforma, mas por algum motivo não explicável, deseja promover essa reforma. Seus amigos lhe aconselham: “Não necessidade de uma mudança nessa casa!”; seu arquiteto afirma o mesmo. De alguma forma irá afetar seus vizinhos também, porém sua vontade é indomável e contra tudo e todos, você solicita essa reforma.

Agora traga essa pequena analogia para o contexto político-econômico a qual o Brasil passa atualmente. Visualize um presidente sem popularidade orquestrando uma reforma que irá afetar negativamente milhões de brasileiros. Visualize também uma reforma sem debate com a sociedade ser aprovada por uma casa de leis com homens e mulheres exercendo um mandato que nós os conferimos. Esse é o cenário: uma reforma trabalhista proposta por um presidente sem governabilidade que irá afetar por muitos anos homens e mulheres desse país afora.
O Brasil ainda vive um sistema escravocrata. A mentalidade das grandes empresas é escravocrata, como bem anotou o procurador-geral do trabalho, Ronaldo Fleury. A exploração do empregador contra o empregado é visível e presente. Basta perguntar aquele amigo que trabalha além do expediente para cumprir a famosa “meta”. Ou para aquele que deve se sujeitar a formas de trabalho análogas a escrava, por medo de perdê-lo e ficar na rua.

“Ah, Kássio, a reforma trará benefícios. Não critique!”. Eu pergunto quais? Houve uma reforma na década 90, sob a égide do governo FHC, e não trouxe esse aumento de empregos como esperado. Se bem notarmos, o aumento de emprego veio apenas na década seguinte, com os bons ventos da economia mundial, aumentando a demanda de serviço e consequentemente por empregos. E se formos observar os benefícios obtidos em países como a Espanha, que produziram uma reforma trabalhista semelhante a essa recém aprovada pelo congresso nacional, conseguiu reduzir desemprego, mas aumentou desigualdade. Críticos espanhóis afirmam que os novos empregos são muito precários e que a reforma trouxe uma queda generalizada dos salários, com o consequente aumento da desigualdade social, conforme atesta uma noticia veiculada no site El Pais. E só um último fato: os mais afetados são os millenials, geração dos nascidos entre 1981 e 1994, que representará 35% da força de trabalho global em 2020, de acordo com o Manpower Group.

O que fazer agora? Orar? Chorar? Ou apenas ignorar tudo? Perdão meu pessimismo, mas sinceramente não sei.

Esta coluna é de responsabilidade de seus autores e nenhuma opinião se refere à deste jornal.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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