Em 22 de dezembro o Projeto Morrinho completou 21 anos de existência em um evento que reuniu artes plásticas, teatro, dança, fotografia e grafite. A festa aconteceu na Pousada Favelinha, na Comunidade Pereira da Silva e contou com feijoada, churrasco e petiscos
“Comemoramos mais um ano de resistência e, ao mesmo tempo, promovemos um espaço que vem criando uma boa parceria conosco”, afirma Cirlan Sousa de Oliveira, diretor executivo e sócio fundador do Morrinho.
O projeto, instalado na favela Pereira da Silva no bairro Laranjeiras nasceu de uma iniciativa de Cirlan. Em 1997, com apenas 14 anos, ele passou a reproduzir o cenário da favela usando tijolos, carrinhos, bonecos e outros materiais recicláveis. O que começou como uma brincadeira tomou grandes proporções. Hoje, são 350 metros quadrados de maquete que tem como objetivo desafiar a percepção da população sobre as comunidades brasileiras, expondo a grande riqueza cultural e social que existe ali.
A obra de arte chamou a atenção dos diretores de cinema Fábio Gavião e Markão Oliveira, que se uniram ao projeto e idealizaram uma série de oficinas audiovisuais. Dessa iniciativa nasceu a TV Morrinho, uma produtora de audiovisual que já é reconhecida internacionalmente. Com a visibilidade, a ONG expandiu e criou o Turismo no Morrinho, visitas guiadas à maquete, e o Morrinho Social, aulas de inglês, fotografia e atividades recreativas, que foram agregados à programação do projeto.
Esse foi o espírito da comemoração, relembrar a história e celebrar o presente. Como explica Cirlan: “Nós temos um axé diferente, principalmente por ter sido uma iniciativa criada de dentro para fora”.
A movimentação da comunidade gerou o projeto, que hoje tenta dar lugar a quem não tem voz. Por isso, a ideia é também incentivar aqueles que estão começando. “Alguns artistas tiveram a oportunidade de apresentar e divulgar os seus trabalhos” continua o fundador do Morrinho. Essa é uma amostra do que Cirlan espera para o futuro: diversidade, cultura e festa na comunidade.