O Bolsa Família atendia a mais de 13,9 milhões de famílias em todo o Brasil, de acordo com a Caixa Econômica Federal. Contudo, o programa ainda deixa muitas lacunas e beneficiários aguardam novo programa com a expectativa da reestruturação.
Moradora da rua 2, na localidade da Alvorada, no Complexo do Alemão, Jessica da Silva, de 24 anos, há dois anos, faz parte dos milhões de brasileiros que eram beneficiados pelo programa e sofria com a distribuição desequilibrada. Mãe de dois filhos pequenos, desempregada, e por ter sido integrante do Bolsa Família, Jéssica teve um suporte maior durante a pandemia com o Auxílio Emergencial.
“Antes da pandemia, eu recebia um valor de 41 reais, por ter apenas uma criança (Nathan que na época tinha 1 ano). Era impossível depender daquele valor de 41 reais. Quando veio o auxílio emergencial, foi uma ajuda grande na época. Recebia R$ 1.200, mas depois foi baixando, e agora é R$ 375. Ainda não sei como vou fazer, porque é o que ainda estava dando mais suporte ao Bolsa Família. Não dava para fazer muita coisa com 375 reais, mas ainda era melhor do que aqueles 41”, comentou a moradora.
O valor recebido pela família de Jessica era destinado para comprar os alimentos básicos de uma criança pequena, como leite, cereais infantis e fraldas. Com o fim do programa Bolsa Família, somados ao aumento do preço dos alimentos, a moradora teme pelo futuro.
“Vamos no mercado e só encontramos coisas muito caras. Carne aqui em casa virou raridade. O frango que era uma opção hoje não está mais acessível. O que dá para comprar são uns pingados, como 1kg de arroz, 1kg de feijão. É um sentimento de incerteza com o que vai acontecer. Espero que eles possam nos dar uma certeza, porque tem muita gente que realmente precisa do Bolsa Familia”.
Previsão para o novo auxílio
De acordo com as últimas notícias, O Auxílio Brasil, novo benefício social que o governo quer colocar em substituição ao Bolsa Família, está previsto para começar a ser pago em dez dias, ou seja, no próximo dia 17. Contudo, ainda não está bem definido como será o funcionamento do novo programa de transferência de renda.
O governo já anunciou que quer aumentar o valor pago mensalmente, média de R$ 189 no Bolsa Família, para no mínimo R$ 400. Mas, este é só um dos pontos que ainda não foram esclarecidos para as pessoas que aguardam definições sobre o pagamento do benefício, após o fim do Bolsa Família.