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Moradores do Alemão e do Vidigal sofrem os impactos das fortes chuvas que atingem o Rio

O Capão é uma das regiões do Alemão mais atingida pela chuva. Já no Vidigal, moradores da Jaqueira temem que tragédia se repita
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

Texto: Amanda Botelho | Fotos: Selma Souza
Material produzido para o jornal impresso do Voz das Comunidades – Abril/2023

O verão é a estação queridinha dos cariocas e também é uma época do ano temida por muitos moradores de favela, devido às fortes chuvas que impactam diversas localidades. Este ano a estação foi marcada por muitos dias de chuvas fortes. Segundo o Alerta Rio, foram registrados 37 dias chuvosos neste verão.

O Capão é uma das regiões mais afetadas pelos temporais no Complexo do Alemão, Zona Norte. Moradores ficam impossibilitados de saírem de casa, por causa das correntezas que se formam nos becos e vielas. Graciela da Silva, 28 anos, vive as consequências da chuva diariamente.

Graciela mostra prejuízo deixado pela enchente que afetou sua casa
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

A moradora perdeu roupas e móveis depois que sua casa alagou. O irmão de Graciela, Jeferson Campelo, 32 anos, precisou deixar sua casa. A residência foi destruída pela chuva. “É apavorante! Aqui vira uma cachoeira. Que as autoridades olhem com compaixão por nós”, desabafa Graciela. 

Morador precisou abandonar sua casa depois do estrago que a chuva causou. Ponte improvisada ameaça cair. Em dias chuvosos, quem vive na região fica impossibilitado de passar
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

A Secretaria Municipal de Habitação recomendou que as famílias procurem a Coordenadoria de Ações Sócio Habitacionais, no prédio anexo da Prefeitura, para orientações sobre Auxílio Habitacional Temporário e programa Minha Casa Minha Vida. a SMH afirmou que está ciente das necessidades da região e em breve serão atendidas. Questionamos quando tomariam essas providências, mas até o momento da publicação desta matéria, não tivemos retorno. Os outros órgãos que entramos em contato não deram nenhuma resposta até o fechamento do jornal. 

No Vidigal, na Zona Sul, moradores da localidade da Jaqueira não dormem tranquilos em dias chuvosos, pois temem que uma tragédia se repita. Em fevereiro de 2019, numa noite de muita chuva, um deslizamento pedras atingiu várias casas e uma mulher morreu. As famílias que moram na região esperam até hoje por uma solução das autoridades.

Antônio Paiva teve sua casa demolida após deslizamento de pedra no Vidigal. O morador espera por amparo das autoridades há 4 anos
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

Antônio Paiva, de 59 anos, foi vítima deste desastre e teve sua casa demolida. Desde então, ele mora de favor na casa de parentes e espera por providências dos órgãos competentes. “Espero que tenha uma vistoria e avaliação justa para que eu seja amparado e possa ter condições de comprar uma casa em outro lugar”, afirma o Paiva.

Equipe técnica da Defesa Civil realizou vistoria nas casas que foram atingidas por deslizamento em 2019, no Vidigal.
(Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades)

A Defensoria Pública propôs uma ação judicial em prol dos moradores da Jaqueira. Isto porque em 2019 foi decretado a demolição das casas pela prefeitura. Contudo, a Defensoria interviu no processo para averiguar o motivo das demolições. Visto que, a Secretaria de Habitação fez uma listagem com valores para indenização das famílias, mas os moradores contestaram alegando que a quantia estava abaixo e nem todas as casas foram avaliadas corretamente. De acordo com informações de documentos públicos, existe uma obra de contenção licitada pela Geo-Rio, que deveria ter sido iniciada em agosto de 2022. No dia 20 de março a equipe técnica da Defensoria Pública realizou uma vistoria em toda a localidade e convidou moradores para uma audiência, a fim de esclarecer o andamento da situação com o município. A Secretaria de Habitação também entrou em contato com as famílias para propor uma reunião com intuito de apresentar propostas. O Voz das Comunidades segue acompanhando o caso.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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